Sessenta carros rasgavam as retas a mais de 200 km/h, num espetáculo contemplado por mais de 200 mil pessoas presentes ao circuito de La Sarthe, na França. Havia no ar a expectativa de uma disputa acirrada entre pilotos novatos e veteranos naquela tarde quente do verão de 1955.
A 23ª edição da tradicional 24 horas de Le Mans, entretanto, não acabou com afagos, sorrisos e celebração efusiva, como era de costume —e acontece todos os anos até hoje. Após duas horas de prova, a maior tragédia do automobilismo se desenrolou num acidente que mudou o rumo do esporte.
A reta principal do circuito foi palco do horror: na arquibancada, mais de 80 mortos empilhados e centenas de feridos. Na pista, um corpo estendido. O piloto francês Pierre Levegh, 50 anos, estava inerte e carbonizado. Ele morreu instantaneamente depois de um acidente que envolveu quatro carros, incluindo o do futuro pentacampeão mundial de Fórmula 1, Juan Manuel Fangio, que saiu ileso da batida.
O duro golpe sofrido pelo automobilismo naquele sábado, 11 de junho de 1955, a 22 horas da bandeirada final, foi remontado pelo UOL Esporte, com fotos, imagens em vídeo do acidente e relatos dos jornais da época.