Michael Jordan é o maior jogador da história do basquete não apenas pelo que fez em quadra, mas pelo poder de extrapolá-la. A gravação de Space Jam, a ida para o beisebol, o nababesco contrato com a Nike e, mais recentemente, o lançamento de "Last Dance" são provas de um astro de dimensões inéditas para a modalidade.
Jordan virou o "Pelé do basquete" para o público brasileiro, conhecido mesmo por aqueles que não tem qualquer tipo de interesse pela modalidade. Mas, como o próprio ídolo do Chicago Bulls afirmou na série do Netflix, nada disso seria possível se não fosse por sua excelência em quadra.
A combinação do estilo espetacular de um campeão do torneio de enterradas com a competitividade necessária para que Jordan vencesse seis títulos da NBA foi determinante para que ele impulsionasse sua imagem também fora das quadras. Um rastro que LeBron James tenta seguir.
Quando deixou o Cleveland Cavaliers rumo ao Los Angeles Lakers, o agora tetracampeão da NBA também anunciou que iniciaria a gravação de Space Jam 2, sucedendo Jordan. Além disso, assumiu protagonismo nos históricos protestos antirracistas dos jogadores da NBA.
Esportivamente, LeBron sempre demonstrou o mesmo senso de urgência de Jordan para vencer, ainda que de maneiras diferentes. O ídolo dos Bulls sempre exigia o melhor de seus companheiros, enquanto o astro dos Lakers mudou de franquia três vezes e derrubou treinadores no caminho.
Dentro de quadra, Jordan sempre achou que o melhor jeito de vencer era usar seu talento fora da curva com uma mentalidade assassina, indo para cima de qualquer defesa. LeBron, por sua vez, sempre tentou envolver os companheiros no ataque e tende a colher melhores frutos em times que jogam um basquete mais coletivo e que o dão o espaço necessário para atropelar qualquer marcador no mano a mano.
A discussão sobre quem é o melhor jogador da história do basquete é relativa: você pode considerar Jordan, LeBron, Karee Abdul-Jabbar, Bill Russell, Tim Duncan ou quem quiser. Mas, se o debate é sobre quem é o maior, o astro dos Lakers talvez seja o único capaz de desafiar o ídolo dos Bulls.
Texto de Lucas Pastore, da coluna "Vinte e Dois"