Tantas vezes tratada como "musa do skate", Letícia Bufoni sempre quis ser modelo. Mas no mais genuíno sentido da palavra: alguém que servisse de inspiração. Se hoje o Brasil tem as três melhores skatistas do mundo na modalidade street, ela incluída, é porque a precursora foi muito bem sucedida.
Antes dela, tudo era mato no skate feminino brasileiro. E foi a paulistana que cultiva um inconfundível cabelo rosa e diversas tatuagens que chegou de roçadeira, derrubando tabus estéticos e sociais.
"Eu sempre pensei que se um dia uma menina quiser andar de skate e ser feminina, ela ia poder ter alguém para poder se espelhar. Ser feminina, ser uma menina bonita e andar bem de skate. Eu quero ser quem eu não tive".
Em 13 anos como skatista profissional, Letícia se tornou não só a mais bem sucedida mistura de esporte e lifestyle, com 2,6 milhões de seguidores no Instagram, da modalidade no país, como conseguiu atingir o objetivo de inspirar novas gerações.
Tanto que vai chegar à Olimpíada de Tóquio tendo como maiores concorrentes duas jovens brasileiras que se aproveitaram da trilha aberta por ela para crescerem e desafiarem a skatista dona de 11 medalhas de X-Games e quatro (um ouro e três pratas) em Campeonatos Mundiais.
Nessa entrevista ao UOL, Letícia fala da relação com amigos como Neymar e Gabriel Medina e com concorrentes como a pequena Rayssa Leal, sobre o início sozinha nos Estados Unidos e as adaptações para ser uma atleta olímpica.