Canela de skatista

Leticia Bufoni fala sobre como cuida do corpo e conta receita do pai: "caneleira"



Textos Beatriz Cesarini e Paulo Favero
Fotos Marcelo Maragni

"Eu sempre me cuidei muito. Treino em academia e me mantenho bem. Acho que isso me ajudou bastante. Eu tenho vários amigos skatistas que se quebraram inúmeras vezes", diz Leticia Bufoni.

"A minha canela não é muito bonita. Mas eu posso dizer que, comparado com outras skatistas que eu conheço, não é tão ruim assim".

"No skate, a perna é o que mais usamos. Pé e tornozelo têm que estar sempre muito fortalecido, pois tem muitos músculos pequenininhos. Então, a gente faz treinos pegando toalhinha ou bolinha no chão com os dedos dos pés. São uns treinos bem diferentes do que uma pessoa comum faria".

Bufoni diz que já perdeu as contas de quantas tatuagens possui. "Fui fazendo uma atrás da outra", comenta. Ela explica que cada uma reflete um momento de sua vida. Ela tem uma águia — como seu pai—, escreveu "fé", também fez o desenho de um avião, que ela sonha pilotar, o nome dos sobrinhos e até o número 13, dia do seu aniversário.

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"A última que eu fiz foi a das Olimpíadas, com uma manobra. É um vídeo que eu postei durante os Jogos de Tóquio, que foi o vídeo mais visto. E aí eu quis não fazer só o símbolo olímpico, mas fazer algo que também significava a minha participação".

A atleta tem 5 recordes no Guinness e já conquistou seis medalhas de ouro no X-Games. Mas nos últimos tempos tem conciliado o skate com a velocidade e está correndo na Porsche Cup.

"Quando eu comecei a andar de skate, meu pai me obrigava a usar caneleira, para eu não ficar com as canelas feias. Então, isso ajudou bastante. Os cotovelos, eu já ralei bastante, ombro também. No quadril, tive uma lesão que ficou um hematoma, é algo que mais me incomodou", conta.

A atleta tem um monte de marcas e cicatrizes, inclusive de cirurgias.

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"Eu nunca tive nenhuma lesão que me parou por mais de três meses. Óbvio que tem algumas marcas que eu não gosto. Eu lembro de uma fase que não foi tão boa, a fase de lesão, que você tem de ficar afastada de competição. Antes das Olimpíadas de Tóquio, eu quebrei o pé duas vezes e achei que não iria conseguir ir por causa disso."

Fotos: Marcelo Maragni

Reportagem: Beatriz Cesarini e Paulo Favero

Designer: Bruna Sanches

Edição: Paulo Favero

Este é uma parte da série

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