Susto e nocaute em Las Vegas

Em 1990, Adilson Maguila foi nocauteado por Foreman: "Parece que passou uma carreta por cima"

Roberto Salim Colaboração para o UOL, em São Paulo The Ring Magazine via Getty Imag

O calor era forte à beira do ringue armado no Caesar's Palace, em Las Vegas. Irani tinha 24 anos e um bebezão de sete meses em sua barriga.

O clima obviamente era de tensão e ela estava com a pressão um pouco alterada. O médico que a acompanhava achou melhor que fossem a um corredor mais ventilado.

Foi dali que ela viu quando a mãozorra de George Foreman acertou o rosto do seu marido e o mandou inapelavelmente para a lona. "Quando ele acertou o Adilson, o Júnior me chutou na barriga. Pegou minha costela, foi incrível, um movimento estranho. E o doutor Vincenzo Izzo me acalmou, pediu para eu respirar, respirar, respirar".

A cena ocorreu exatamente há 30 anos, em 16 de junho de 1990. O dia em que Adilson Maguila Rodrigues foi nocauteado por Big George, um dos maiores nomes do boxe mundial em todos os tempos.

The Ring Magazine via Getty Imag
José Edgar de Matos/UOL Esporte

Hoje, Big George cuida de sua fazenda no Texas.

Maguila está internado no Centro Terapêutico Anjos, uma clínica em Itu, onde comemorou 62 anos na semana passada. Ali, ele se trata de uma encefalopatia traumática crônica, herança de uma vida passada nos ringues.

O bebê Júnior está às vésperas de completar 30 anos. Nasceu em 10 de agosto, com 49 centímetros e 3,850 quilos.

Irani advoga e espera. Aguarda a nova edição de um livro sobre seu campeão e o lançamento de um filme que contará a carreira do peso pesado que foi líder de audiência nas tardes de domingo da televisão brasileira — é esse filme sobre Maguila que o ex-BBB Babu Santana deve protagonizar.

"É uma história muito bonita, de muita luta, alegria e sofrimento", garante Irani, a professora de 18 anos que o jovem lutador conquistou em uma barraca de pastel em uma feira da Ponte Rasa, em São Paulo.

Uma história de 85 combates. São 77 vitórias, 61 delas por nocaute, sete derrotas e um empate. 72% de vitórias por KO. Mas são as poucas, mas contundentes, derrotas que podem ter custado ao lutador a sanidade — como a última, realizada no ano 2000, contra Daniel Frank.

"O médico disse que ele não poderia lutar mais, que estava doente. Mas ele deveria ter impedido a disputa. E não impediu. Só um médico poderia dizer que o combate não poderia ser realizado", conta Irani.

Mauiti Mayezo/Folhapress Mauiti Mayezo/Folhapress

Como provar que você é um lutador de verdade?

Até chegar a essa luta de 30 anos atrás, contra George Foreman, um ex-campeão do mundo, Adilson Maguila Rodrigues teve de provar que era um lutador de verdade. Primeiro, dizia-se que ele só pegava forte com sua direita, que não era um lutador de verdade. Que Maguila era um fenômeno da televisão. Vivia de sua simpatia, de seu jeito direto e alegre de se comunicar.

Meu primeiro nocaute? Acho que foi na minha professora em Aracaju. Ela brigou comigo e eu: 'pá!' dei um tapa nela e mandei para o chão!"

Se o público nos ginásios me deixa impressionado nas lutas? Olha, eu fui pedreiro, erguia um muro em um dia só, com muita gente passando na rua. Então, você acha que eu vou me preocupar com quem paga para me olhar lutando?"

Onde a mão de peso pesado pega, onde a mão bate, não cresce cabelo!"

Maguila soltava suas frases, derrubava seus adversários e ia ganhando audiência na televisão. E público nos ginásios.

Vidal Cavalcante/Folhapress

Treinava com o técnico Ralph Zumbano e já estava virando ídolo. Atraía patrocinadores. E veio a luta pelo título sul-americano contra o argentino Juan Antonio Figueroa. Nesta luta, no ginásio do Ibirapuera veio também a desconfiança que os adversários eram frágeis, escolhidos a dedo para formar um extenso cartel de nocautes. Galinhas-mortas, como se diz na linguagem das academias.

O árbitro da luta contra Figueroa foi Antônio Bernardo, que juntando os tempos de amador e profissional, atuou em 32 combates do Maguila.

"A luta acabou no primeiro assalto. Logo no começo o Maguila acertou um soco na cara do argentino. E ele se apavorou de tal maneira que dava para ver no rosto que ele estava com medo. Então, na sequência da luta, o Figueroa foi para o canto dele no ringue e se jogou, deu para ver que não levou golpe. Já assisti 4 ou 5 vezes o round em câmera lenta. Ele não queria lutar mais, não. Eu poderia contar até 20 que ele não ia se levantar".

Para Maguila, foi a conquista do título sul-americano. Para Figueroa, um dinheiro extra para continuar com sua barraca de venda de alface na capital argentina. O mito do peso pesado brasileiro estava começando a ser escrito. Entre nocautes e uma direita realmente poderosa.

Uma vez, participando de um evento em Orlando, eu estava junto com o Maguila e havia uma máquina para medir a potência dos socos. E o Maguila deu uma porrada que deixou os empresários norte-americanos impressionados: só o Foreman bateu mais forte que ele

Antônio Bernardo, hoje com 80 anos, árbitro da maioria das lutas de Maguila

U. Dettmar/Folhapress U. Dettmar/Folhapress

A derrota que mudou tudo

Tudo ia indo muito bem na carreira do brasileiro até que chegou a luta contra um outro argentino: Walter Daniel Falconi, no ginásio do Corinthians. Com a carreira administrada por Tito Lectoure, uma lenda do boxe mundial, Falconi treinava na Itália e estudou o momento certo para contragolpear.

"Sempre falei para o Maguila tomar cuidado quando soltava a direita para não se descuidar e deixar a cara grandona para o adversário", costumava falar o técnico Ralph Zumbano, que tinha sido um lutador estilista, com participação inclusive na Olimpíada de 1948, em Londres.

Pois o que mais Ralph Zumbano temia aconteceu no ginásio de Parque São Jorge. E lá se foi o mito do nocauteador invicto para a lona. Depois, Maguila perdeu, também por nocaute, em Sorocaba, para o holandês Andre van der Oetelar.

Foi então que o ex-campeão mundial Miguel de Oliveira, ainda jovem com 40 anos, entrou na vida de Maguila. "O patrocinador do Maguila era a Olivetti. E o seu presidente adorava boxe. Ele me procurou e eu disse que treinaria, sim, o Maguila, mas seria preciso que o próprio lutador me escolhesse. E assim foi feito: o senhor Enrico Misassi, da Olivetti, colocou um papel com o nome de vários treinadores para o Maguila escolher um. E ele me escolheu".

Miguel era treinador e professor de educação física na academia Companhia Atlética. Tinha sido atleta de Antônio Carollo. Tinha fisioterapeutas à disposição e métodos modernos.

Juca Varella/Folhapress

"Na primeira conversa com o Maguila, eu disse a ele: você tem dois espinhos na sua garganta. E precisamos tirar. Um é o Falconi. O outro é o Oetelar. Se treinarmos direitinho, você ganha as revanches e aí pode até parar de lutar boxe. Você quer? E ele quis. Me chamava de 'seu' Miguel, dizia que era respeito. Parou de treinar socando pneus, que era o que arrebentava suas mãos. Passou a fazer fisioterapia. Eu treinava corrida junto com ele. Fazia os treinos lado a lado. Tudo junto. E quando fazia manopla, minhas mãos doíam, porque ele pegava forte demais. E olha que eu também fui um pegador, hein..."

Miguel de Oliveira, que, em 1975, foi campeão mundial pelo CMB

Quando Miguel de Oliveira falou com o pessoal da Sport Promotion, a empresa que promovia as lutas do pupilo, sobre a revanche com Falconi, os executivos da TV Bandeirantes ficaram na dúvida. "Mas eu falei para o Kico [Leal, dono da empresa] e para o Luciano do Valle [narrador da TV] que em dois meses o Maguila poderia lutar com o Falconi".

Miguel se concentrava em hotéis com Maguila durante a fase final da preparação. "Até o café da manhã a gente tomava junto".

E um novo Maguila surgiu. Leve. Solto. Mas com a mesma pegada de direita, que assustava qualquer adversário. "Ele vingou-se dos dois: nocauteou o Falconi e o Oetelar. E então veio a luta que eu pedi para os promotores. Precisamos de alguém que possa medir exatamente do que Maguila é capaz".

Miguel de Oliveira falava de James Quebra-Ossos Smith, este, sim, um peso pesado de verdade. Da Meca do boxe mundial.

"Tinha vindo de luta com Mike Tyson. E eu falei com o Maguila: 'O que você acha de enfrentar esse cara?' Sim, porque eu sempre perguntava para os meus lutadores se eles se sentiam em condições de enfrentar os adversários. E ele disse que se tivesse as oito semanas de treino, enfrentaria qualquer um".

Ed Viggiani/Folhapress

Maguila treinava muito. "Podia lutar 10 assaltos tranquilamente, com fôlego, enquanto a maioria dos lutadores pesados vai se cansando. Eles apostam mais na pegada. E foi assim que veio o Quebra-Ossos. Trouxemos dois sparrings americanos e o Maguila se concentrou totalmente para essa luta. O Quebra Ossos chegou ao Brasil falando mais que a boca. Falei para o Maguila: deixa ele!"

A tática era mais que definida. "Eu tinha feito a cabeça do Maguila: não era para brigar. Não era para dar distância ao cara. Era certo que o Quebra Ossos iria se cansar. E no quarto assalto, quando eu vi que ele estava respirando com a boca aberta, eu falei para o Maguila: agora vai!"

Miguel de Oliveira relembra a cena, como se fosse a movimentação de uma peça de xadrez no tabuleiro. "Aí, o Maguila acertou um direto no americano que foi às cordas e voltou com os dois olhos arregalados, assustado".

Nesta luta, o árbitro era Antônio Bernardo, e ele também lembra da cena ocorrida no quarto round. "Foi engraçado porque o Maguila não deu sequência. O Quebra Ossos sentiu o golpe, mas como o Maguila estava condicionado a bater e sair, ele não continuou socando. Se continuasse eu acho que poderia deixar o norte-americano em uma situação bem difícil".

No último round, Quebra Ossos veio com tudo, pois a luta estava equilibrada. "A luta foi dura mesmo. Mas eu acho que o Maguila ganhou", afirma Miguel.

A verdade é que o norte-americano sentiu que poderia perder na contagem dos jurados brasileiros e veio para a briga. Foi então que Antônio Bernardo paralisou a luta.

"O esparadrapo da luva do Quebra Ossos estava solto e fui obrigado a parar. Como também em um assalto anterior, jogaram um copo d'água no ringue e a turma diz até hoje que eu parei o combate para proteger o Maguila. Mas não tem nada disso".

Flávio Canalonga/Estadão Conteúdo

A derrota para Holyfield

Maguila ganhou por pontos e alcançou os primeiros lugares do ranking mundial. Tinha empresário da Itália querendo comandar a carreira do brasileiro. "Eu e o Maguila viajamos para os Estados Unidos, sem que ninguém soubesse, e nos encontramos com esses promotores. Iriam fazer uma luta aqui no Brasil e outra nos Estados Unidos, até chegarmos à disputa com Mike Tyson, em nosso país. Mas aí, o Luciano do Valle ficou sabendo. E eu deixei de treinar o Maguila", admite Miguel de Oliveira.

Aí, veio um novo técnico: o lendário Angelo Dundee, ex-treinador de Muhammad Ali. E também a luta com Evander Holyfield, em 15 de julho de 1989. "Fizeram um barulho danado com o Dundee. Para a TV foi sensacional arrumar a luta com o Holyfield. Eu assisti a essa luta pela TV. No primeiro assalto, o Maguila acertou um jab no Holyfield. Mas no segundo, o Dundee mandou ir para cima e a luta acabou".

Foi um nocaute brutal. Desnecessário, segundo Miguel. Uma loucura, segundo Antônio Bernardo, que estava próximo ao corner do brasileiro e ouviu perfeitamente as instruções do norte-americano para o brasileiro.

"Ele gritou para o Maguila: vai com tudo. E eu gritava 'Pelo amor de Deus, não faz isso!' Talvez no quarto ou quinto assalto [ele devesse ir para cima], mas naquele momento não. E ele foi trocar com o Holyfield e caiu. Fui um nocaute terrível. Eu o acompanhei até o hospital, fiquei até as três horas da manhã. Quando ele acordou na maca perguntou: 'Ué, onde é que eu estou?'"

Flávio Canalonga/Estadão Conteúdo Flávio Canalonga/Estadão Conteúdo

Muita gente pensou que a carreira do brasileiro estava se encerrando ali. Talvez fosse mais prudente. "Eu não me arrependo de nada", diz a esposa Irani.

"O boxe era a vida dele. Treinava e treinava. Teve uma época em que até pensamos que seria o ideal morar nos Estados Unidos, pois o boxe dos pesos pesados está lá. Mas ele não queria. Gostava dos seus cavalos, das suas vacas, do nosso país. Queria ver sua mãe, dona Jolinda. E era um ídolo aqui no Brasil".

Maguila e Irani iam a programas de TV. Eram amigos de Hebe Camargo. Uma vez por semana, o casal curtia a gafieira. Os autógrafos eram pedidos em todos os lugares onde o casal chegava.

"Se tivesse muita gente pedindo, eu perguntava o nome e escrevia para, por exemplo, dona Maria, e então ele assinava Maguila", recorda a professora Irani, que fazia questão de treinar o marido nas coisas da escrita.

E havia ainda o tratamento médico para ter um herdeiro. Estava difícil engravidar. A carreira de pugilista foi retomada. Agora, com transmissão da disputa pelo SBT, chegava a hora da segunda luta mais difícil da vida de Adilson Maguila Rodrigues: ele teria pela frente o Big George, o campeão olímpico e ex-campeão mundial George Foreman — o gigante que só havia caído para o intrépido Muhammad Ali.

Reprodução/The Japan Times

George Foreman, o rival errado

George Foreman havia lutado contra um outro brasileiro no começo da carreira: Luís Faustino Pires, que perdeu a luta por abandono, em virtude de uma fratura exposta no braço, quando foi escorar um soco do fortíssimo rival.

Miguel de Oliveira acha que Foreman naquele momento foi outra luta fora de hora. Mais uma vez, o técnico foi Angelo Dundee. Maguila e Irani foram juntos para a fase final de treinamento em Miami. Irani estava grávida.

"Ficamos em um flat, o ator David Cardoso nos acompanhava", conta Irani, que estava bem gorduchinha com a gravidez.

Nos treinos, Angelo Dundee pedia que Maguila se movesse para a direita, para a esquerda. Que jabeasse. Que fintasse. "Move, move", gritava o velho treinador do canto do ringue. Enfim, pedia que Maguila não ficasse parado diante de George Foreman. O brasileiro tinha três sparrings para se condicionar adequadamente para o novo desafio. O footing era feito pelas ruas de Miami com o amigo David Cardoso.

Adriana Elias/Folhapress

"A-DIL-SON... não pode!

"Quem fazia a comida era eu", acrescenta Irani. "Muitas coisas, como o feijão, eu trazia do Brasil, porque o Adilson não gostava do feijão de lá". E era tudo balanceado, seguindo as determinações de uma nutricionista brasileira.

"Até o sorvete de morango que ele tanto gosta eu é que fazia. E não podia bobear porque, se deixasse, ele tomava o pote inteiro de uma só vez". Nessas horas em que era preciso dar bronca, Irani engrossava a voz e soltava: "A-DIL-SON... não pode!" E ele respondia: "Ih, fiz alguma coisa errada!"

Uma vez por semana, o casal comia em um restaurante que servia caranguejo. "Mas sempre um amigo experimentava a comida primeiro, porque a gente sempre desconfia que podem querer colocar algo na alimentação para prejudicar".

E chegou o dia da grande luta. Irani, no sétimo mês de uma gravidez planejada. A seu lado o doutor Izzo, para evitar qualquer problema.

"Eu estava bem gordinha, os pés estavam inchados. Muita gente falou para eu não ir para os Estados Unidos, mas eu tinha 24 anos. Com essa idade, a gente não tem preocupação nenhuma".

Do lado de George Foreman estava tudo mais tranqüilo. Ele mesmo dizia que a diferença do início de sua carreira para a fase atual é que, naquele momento, lutava por prazer. Adorava boxe, tanto que mesmo depois de ter se convertido em pastor continuava treinando na academia que montou em sua cidade natal, Marshall, no Texas.

O Big George continuava um pegador incrível. Por isso, Miguel de Oliveira, se pudesse, teria treinado Maguila para bailar à frente do seu oponente, não trocar golpes, até que Foreman apresentasse o primeiro e inevitável sinal de cansaço, que deveria acontecer lá pelo sexto ou sétimo round. "Como tínhamos feito com o Quebra Ossos".

Já o árbitro Antônio Bernardo achava que parar diante de Foreman seria um suicídio se Maguila não ficasse esperto o tempo todo. E ele acompanhou a luta direto dos estúdios do SBT na Vila Guilherme. Era o comentarista da luta, transmitida ao vivo para todo o país. O árbitro era o Carlos Padilla.

Maguila tinha um cartel com 36 lutas e 26 vitórias por nocaute. Foreman tinha 66 lutas e 62 vitórias por KO. Mike Tyson tinha aconselhado Maguila a procurar bater embaixo.

The Ring Magazine via Getty Imag The Ring Magazine via Getty Imag

No primeiro assalto, o brasileiro até que se portou bem. Movimentou-se o tempo todo. "Para mim, deu empate", sentenciou Antônio Bernardo, durante a transmissão do SBT. Mas pedia um Maguila mais ágil. E começou o segundo round.

Maguila girava como podia, procurando evitar o confronto. 30 anos depois, Irani confessa que estava insegura em Las Vegas. "Eu não estava bem. Estava calor demais. Fui para um corredor, levada pelo doutor Izzo. A pressão subiu um pouco. E quando o Foreman acertou o Adilson e ele caiu, o Júnior se mexeu de uma forma estranha em minha barriga. Senti o pé dele entrando na minha costela. Gritei: 'meu Deus do céu' e o doutor Izzo gritou 'respira, respira, respira' até que tudo voltou ao normal".

O sonho tinha terminado faltando 30 segundos para o fim do segundo assalto, quando Foreman acertou o tal cruzado de esquerda definitivo no rosto de Maguila. Quando Irani encontrou com o marido após a luta, constatou que o estrago tinha sido muito menor do que diante de Evander Holyfield.

"Ainda assim, ele me disse: passou uma carreta em cima de mim".

Depois dessa luta, Maguila subiu ao ringue muitas vezes mais, virou comentarista econômico do "Aqui Agora", gravou um CD de pagode, teve uma associação filantrópica, ganhou o título da Federação Mundial de Boxe e virou lenda. Até que a depressão entrou em sua vida. E a doença o nocauteou.

"Foi uma história muito bonita, pena que o final não seja feliz. Toda vez que saio da clínica em Itu, eu choro e faço minhas orações. Mas a vida continua".

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