Pinta de galã, boêmio, polêmico e goleador. É assim que familiares, torcedores e historiadores se referem a Juan Raúl Echevarrieta, um argentino que entrou para a história de Palmeiras e Santos, finalistas da atual Copa Libertadores. Com temperamento de causar rusgas entre técnicos e dirigentes, o atacante viveu o auge da carreira no futebol brasileiro nos anos 40 ao colecionar gols e causos dentro de campo, que iam desde às provocações aos zagueiros adversários até corpo mole para ganhar premiação extra.
Aos 27 anos, Echevarrieta chegou ao Brasil e foi contratado pelo Palestra Itália - antigo nome do Palmeiras — após passagens pelo Gimnasia, Esgrima e Vélez Sarsfield, todos da Argentina — e foi um dos pilares da Arrancada Heroica alviverde. Em novembro de 1942, se transferiu para o Santos, clube que defendeu até agosto do ano seguinte e se tornou um dos estrangeiros com mais gols da história do Peixe (veja mais abaixo). Depois, atuou pelo tradicional Ypiranga-SP e se mudou para o interior de São Paulo, período em que os parentes da cidade natal Olavarría deixaram de receber notícias sobre as façanhas e paradeiro do craque por quase duas décadas.
De personalidade forte e perfil reservado, o argentino também atraía olhares fora dos gramados. Era convidado ilustre das festas da alta sociedade paulistana. Apaixonou-se por muitas mulheres, entre elas, Olga Destro, com quem teve seu segundo filho — Luiz Echevarrieta.
É a partir das memórias do filho brasileiro de Echevarrieta que o UOL Esporte conta uma história quase desconhecida do argentino que encheu os olhos de palmeirenses e santistas.