O braço estendido para um aperto de mão é a oferta para um contato direto com um pedaço da história do futebol. Com as mãos, hoje enrugadas, que fizeram defesas e levantaram troféus apesar de lesões, fraturas e inflamações mal curadas. Os dedos tortos e disformes são um documento vivo de identidade do homem que passou a sintetizar o que é ser goleiro.
As pessoas me conhecem pela mão quebrada. Quando estou na rua, olham a mão e perguntam: 'É o Manga?'. Eu respondo: 'Sim, por quê?' 'Pela mão quebrada'".
As lesões ao longo das décadas foram tantas que Manga nem se lembra mais quantas são. Mas é impossível ignorá-las.
Não é por acaso que o dia 26 de abril foi a data escolhida para ser o Dia do Goleiro no Brasil. Hoje, Manga completa hoje 85 anos vivendo em uma casa simples, com a mulher, Maria Cecília, no Retiro dos Artistas, no Rio. Foi lá que ele recebeu a visita do UOL Esporte para falar das memórias.
"Estou esperando também para ver se tem alguma surpresa", disse ele, sem esconder a ansiedade.