Maradona era uma criançona: é assim que o descreve Téo José, narrador do SBT, ao detalhar um episódio de loucura que viveu com o ídolo em São Paulo. E é com uma postura típica da infância que o maior nome do futebol argentino emaranhava a própria relação com o nosso país: Maradona implicava, mas amava o Brasil, sim, senhor!
Foi ao lado de um brasileiro que ele formou uma das maiores duplas de ataque do futebol mundial. No Napoli, Maradona e Careca criaram uma estreita e carinhosa amizade. "Quem não era fã do Careca e do Maradona? Eu brincava que, em Nápoles, o Maradona era Deus, e Careca, Jesus Cristo", conta ex-dirigente (e atual candidato à presidência) do São Paulo, Marco Aurélio Cunha.
Mas não só de amores que o craque viveu pelo Brasil. Ele não gostava nem um pouco de João Havelange, ex-presidente da Fifa, e com Pelé, viveu de amor e ódio, entre brigas e afagos. Há quatro anos, olharam-se em um evento, deram as mãos e falaram "chega de brigas". Na quarta-feira (25), após a morte do craque, o Rei disse: "Um dia vamos bater uma bola juntos lá no céu".
E se Maradona amava o Brasil, o mesmo pode ser dito do Brasil sobre Maradona. Não é coincidência o "boom" de Dieguitos nascidos por aqui nos anos 80. O IBGE aponta que os registros de bebês com nome de Diego cresceram 3000% na época que Don Diego brilhou.
Nesta reportagem, o UOL Esporte conta histórias de quem fingia que não gostava —mas, no fundo, adorava o Brasil.