O escritório de Marcio Bernardes, numa área nobre do centro de São Paulo, é um parque de diversões para jornalistas de esporte. Dá quase para sentir o cheiro de história com as paredes repletas de fotos amareladas. As imagens mostram o jornalista ao lado de personalidades dos mais variados ramos. Em especial, importantes ex-jogadores.
Também há um rádio antigo que ainda funciona muito bem [como ele fez questão de provar], microfones e cubos já desatualizados de emissoras de rádio e TV. E credenciais, muitas credenciais, de Copas do Mundo e Olimpíadas.
Já são pouco mais de 50 anos na cobertura esportiva. Ele passou pelas rádios Globo e Jovem Pan, pelo Mesa Redonda da TV Gazeta, pela Manchete. Desde 2000, é apresentador na rádio Transamérica, em São Paulo. Está à frente do Debate Bola depois de toda rodada. Coleciona histórias, amigos e polêmicas. Criou o apelido "bam-bam-bam" para os craques dos jogos.
Quando foi professor universitário de radiojornalismo, Marcio Bernardes dizia que os alunos estavam começando a subir um morro. "Eu já cheguei ao topo e estou descendo". A metáfora era sobre o que ele imaginava ser o fim da carreira. Mas no papo com o UOL, o veterano jornalista nascido em Ribeirão Preto mostra que essa história de descer o morro é bobagem. Aos 68 anos, ele está é subindo de novo.
Começou a investir na vida digital, com canal no YouTube e live semanal no Instagram. O problema é que está achando "muito, muito difícil", porque ainda não conseguiu levar o público da rádio para a internet. O velho âncora quer ser influencer. Quantos likes essa decisão vale?