A história deste personagem pode ser escrita de várias maneiras. Começando com o menino que fugiu de uma vida de semiescravidão para engraxar sapatos na cidade grande. Ou com o lutador de boxe que foi treinado pelo grande Kid Jofre. Ou você pode preferir saber dos tempos de gafieira em que ele era o baterista Mario Charleston. Talvez o melhor, mesmo, seja ir direto para a profissão que o lançou ao mundo e a uma viagem infinda por 77 países. Trata-se de Mário Américo, o massagista.
Reparem que em todas as atividades citadas, nosso personagem tem como força de trabalho as mãos. "Com essas mãos", enfatizava ele sempre que ia contar uma história de qualquer das fases de sua vida multifacetada.
A verdade é que nesta época do ano — entre junho e julho — são comemoradas muitas conquistas importantes da seleção brasileira de futebol. Então, esse é um período em que o coração de dona Yara fica apertado e se enche de saudade. Ela tem 88 anos e vê, nas fotos dos times de camisa amarela, um parceiro que lhe encheu de presentes, alegria, paixão e massagens.
Uma figura que não some nos registros fotográficos. Os jogadores mudam de anos em anos. Pode ser o goleiro Barbosa, Ademir de Menezes, Julinho Botelho, Tostão, Rivelino e até o Rei Pelé. Mas Mário Américo está lá, firme, sempre na ponta, sempre agachado: o querido e competente massagista titular do Brasil durante 24 anos.
Agora, você vai conhecer um pouquinho da história de um dos personagens mais populares, e menos conhecido, do período mais vitorioso da seleção brasileira de futebol.