A estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia também significa também os últimos lampejos de Marta em uma edição de Mundial, o sexto de sua carreira. E o que o grupo de Pia Sundhage mais deseja é colocar, finalmente, no lugar mais alto do pódio, quem tanto deu ao futebol feminino brasileiro.
Na eliminação verde-amarela na Copa de 2019, Marta já tinha dado o recado: não seria eterna. Era a hora de novas estrelas surgirem e deixarem, aos poucos, a maior jogadora de todos os tempos, se tornar uma coadjuvante.
Queria estar sorrindo ou até chorando de alegria. Acho que esse é o primordial, chorar no começo para sorrir no fim. Quando digo isso, é querer mais, treinar mais, é se cuidar mais, jogar 90 minutos ou até mais. É isso que eu peço para as meninas. Não vai ter uma Formiga, uma Marta, uma Cristiane para sempre, e o futebol feminino depende de vocês para sobreviver. Então pense nisso, valorize mais. Chore no começo para sorrir no fim".
Sem Formiga, aposentada, e com Cristiane fora dos planos da atual comissão técnica, a camisa 10 é a última representante de uma geração que mudou a história do futebol feminino brasileiro.
Acostumada a ser Rainha, Marta pode deixar a Oceania como maior artilheira de Copas do Mundo entre homens e mulheres, posição que já ocupa, com 17 gols. Além disso, se marcar pelo menos um gol, será a primeira jogadora a balançar a rede em seis Mundiais consecutivos.