Torben Grael costuma dizer que a vela é como um jogo de xadrez, com uma diferença: o tabuleiro muda o tempo todo. Vento, nuvens, corrente marítima, maré, tudo deve ser levado em consideração pelo atleta antes de mover seu barco.
Mas há uma outra diferença importante entre os dois esportes. Um é baseado no conhecimento acumulado ao longo de séculos e conservado em livros, vídeos e HDs. Não à toa, ainda não inventaram um jogador melhor do que os computadores.
O outro é a natureza em sua essência. O mar, o vento, o céu, as ondas, e dois humanos isolados em um barco, tendo de tomar, em segundos, decisões. Não há um livro que te ensine o que fazer.
É instinto. Ou você tem, ou você não tem. E não há nada que explique melhor as bicampeãs olímpicas de vela Martine Grael e Kahena Kunze do que essa palavra: instinto.