Já aproveita aí e fala que a Lea tá mais bonita agora, aí quem foi contra vai ficar mais puto."
Um pedido simples em uma frase que representa demais. Em entrevista ao UOL Esporte, Toninho Cerezo pediu para ressaltar que sua filha, Lea T, modelo de muito sucesso, está mais bonita depois da transição de gênero. A afirmação de apoio ainda veio acompanhada de uma cutucada de classe, como foi praxe durante sua carreira, em quem tem preconceito.
No mundo extremamente machista do futebol, o histórico volante, com passagens vitoriosas por Atlético-MG, São Paulo e seleção brasileira, sofreu preconceito pela identidade de gênero da filha. Segundo Cerezo, ele foi até demitido do cargo de treinador —carreira que começou logo após pendurar as chuteiras— por transfobia.
Lea T começou a se entender mulher aos 13 anos. Estudou na Itália, onde vive até hoje. Começou a carreira como modelo e ganhou notoriedade. Em 2010, chegou a dizer, em entrevista ao The Guardian, que o pai não gostava nem de falar sobre o assunto e que, já na infância, percebia que havia "algo errado".
Cerezo não esconde que, no começo, "foi um Deus nos acuda". Mas isso ficou no passado. Hoje, ele fala com carinho sobre a filha e avisa: "está tudo às mil maravilhas".