Seja pela imprevisibilidade de suas jogadas ou pelo rabo de cavalo esquisito que passou a carregar, Michael é um cara diferente. Mas não só por isso. Às vésperas da final da Libertadores, o atacante do Flamengo fugiu à regra dos discursos bem ensaiados. Ao UOL Esporte, falou sem amarras sobre depressão, reafirmou ser alguém apegado às raízes e não negou que viveu dias difíceis com Domènec Torrent no clube —o espanhol comandou o clube entre Jorge Jesus e Rogério Ceni.
A confiança está em alta desde a chegada de Renato Gaúcho —são 12 gols desde a chegada do treino. E ele não esconde que se pega pensando no jogo contra o Palmeiras, no próximo sábado, às 17 horas, em Montevidéu, na final da Copa Libertadores.
"Fico pensando assim: 'mano, vou jogar a final da Libertadores. Aí eu penso na minha história. Eu falo sempre da minha história. Se eu não lembrar de onde saí e de quem eu sou, um dia eu posso me corromper. Chegar nessa final foi o luxo de um sonho de quem não desistiu. Sonho realizado é um luxo de quem não desiste. Estou tendo o privilégio de realizar um sonho meu", disse o camisa 19.
De peito aberto, o rubro-negro chega ao Uruguai como uma das esperanças pelo tricampeonato. Sem medo de ser feliz, ele abriu o coração. Afinal, o "Robôzinho" do Flamengo é, acima de tudo, humano.