A temporada de 2008 foi muito dura pra mim. Os números não apareciam. Eu ia treinar e os tempos não saíam legais. Eu ia levantar peso e estava estagnado, não ficava mais forte. Em competições preparatórias, ficava fora do pódio. Estava muito difícil.
Cheguei nas Olimpíadas de Pequim e me perguntava: "O que estou fazendo aqui?". Só ficava recluso, na área de massagem, piscina de aquecimento? A energia era péssima, entrei numa pilha meio triste até que o meu técnico na época, o Brett Hawke, notou.
Estava extremamente regrado: dormia bem, comia direito, não saía para me divertir. O Brett, então, falou: "Cara, talvez o nosso problema seja muita intensidade. Você está precisando relaxar. Vamos lá comer um Big Mac?". Vocês já devem conseguir imaginar a minha reação na hora: "Como assim, Brett?". Ele argumentou, disse que eu precisava deixar aquele ciclo de exigência, porque não era um robô. Fui convencido.
A questão não era ir lá e curtir um lanche, mas sim destravar as neuras da minha cabeça. Chegando lá na lanchonete, eu vejo bem na minha frente - na fila pra pedir - um dos meus adversários. Logo ao meu lado, um bicampeão olímpico. Olhei para o Brett e dei risada: "Geral está mal, bora comer".