É claro que tive meus momentos de raiva e descontentamento. Fui atropelada, apaguei como triatleta de alto rendimento e, quando acordei, tive de reaprender a fazer coisas básicas como falar, andar e me vestir. Aos poucos, eu entendi que a revolta não me ajudaria em nada, por isso passei a manter a positividade e focar nos "para quês" e não nos "por quês".
Hoje, eu tenho certeza que o meu acidente aconteceu para inspirar muitas pessoas, para gerar mudanças na legislação a favor dos ciclistas e cicloviajantes, unir a família e até melhorar a minha própria autoestima. Nunca imaginei que poderia receber uma quantidade tão grande de carinho e amor.
Os profissionais que cuidaram de mim acreditam que a minha recuperação foi um milagre. É claro que o meu corpo de atleta fez grande diferença, mas tenho certeza que a positividade também. Eu sempre acreditei e comemorei cada conquista ao lado dos entes queridos.
Você deve estar se perguntando: "Luisa, você vai voltar a ser atleta de alto rendimento?" Eu penso nesse futuro, mas não sei o que vai acontecer. A certeza é que eu vou fazer o máximo para isso. Se eu venci até a morte, posso vencer muitos desafios. A curto prazo, vou focar na reabilitação e na torcida por meus amigos que irão representar o Brasil nas Olimpíadas de Paris.