A edição de hoje (24) do programa "Capital da Bola", transmitido diariamente pela rádio Capital, de São Paulo, tinha confirmada em sua gravação a presença do jornalista Juarez Soares para debater os principais assuntos do futebol brasileiro ao lado de Marcelinho Carioca, Anderson Cheni e Osmar Garraffa. Os planos mudaram.
Ontem, aos 78 anos, ele estava em casa e foi levado às pressas para a Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo. Já debilitado em razão de um câncer no reto, teve parada cardiorrespiratória por volta das 13h, foi reanimado, mas voltou a apresentar o mesmo quadro minutos depois e teve a morte confirmada perto de 14h. Será enterrado hoje à tarde, no Cemitério da Consolação. É o fim de uma trajetória pública das mais relevantes, na política e, principalmente, em 57 anos de jornalismo esportivo.
Conhecido pelo apelido China, o paulista nascido em São José dos Campos estreou em 1961 e passou por todos os grandes canais de TV do Brasil, inclusive a Globo, onde foi o único repórter de campo na icônica Copa do Mundo de 1982. Sua trajetória o trouxe ao UOL em 2014 como comentarista convidado dos jogos da Copa do Mundo no Brasil.
Saiu do ar só em abril, na Rede TV!. Mas se manteve nas ondas do rádio, em que também foi voz marcante ao longo dos anos, até o mês passado. Uma dedicação que deixa saudades e lições. E que apareceu até em seus trabalhos como vereador e secretário de São Paulo.
Como diz o ex-companheiro Milton Neves, o "velho sábio chinês", das divertidas transmissões, frases feitas e comentários cheios de acidez e firmeza, sai de cena.