Na juventude, Eduardo Santana foi um promissor pugilista. A vida, porém, levou ele a outros rumos, mas a fama acabou vindo exatamente através das mãos. Se antes elas vestiam luvas, começaram a curar e "abrir caminhos". O ex-lutador passou a ser conhecido como "Pai" e, mesmo sem nunca ter entrado em campo, virou ídolo de uma apaixonada torcida, para a qual trajava fraque para saudar.
Há dez anos o futebol brasileiro, a cultura carioca e, principalmente, o Vasco da Gama se despediam de Pai Santana, figura que marcou época em São Januário e sintetizou o sentimento dos diversos cruz-maltinos de norte a sul do país.
O folclórico massagista morreu em 1º de novembro de 2011, aos 77 anos, vítima de insuficiência respiratória decorrente de uma pneumonia. Nesta época, Pai Santana não estava mais no dia a dia do clube. Em 2006, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), que o deixou debilitado - mas que nunca o afastou do Vasco.
"Se, quando eu encontrar com Deus, ele me disser que é o maior vascaíno de todos, o pau vai cantar lá em cima", declarou certa vez Pai Santana, para externar exageradamente seu sentimento cruz-maltino.
Nascido em Andrelândia (MG), Pai Santana acumula histórias nas passagens por Botafogo, Fluminense, Bahia e seleção. Mas grande parte de sua trajetória foi no Vasco, clube que defendeu também como atleta, a partir de 1946.
Bandeira com o seu rosto, citação em uma música entoada nas arquibancadas e camisa oficial de aquecimento lançada pelo Vasco... Coisas que ainda hoje mostram que a paixão emana de volta até Pai Santana, tanto do clube como da torcida.