Desde a primeira edição da Era Moderna, em que elas eram proibidas de participar, até Paris-2024, quando foram metade das atletas, muita coisa mudou. No Brasil, entre 1941 a 1979, as mulheres eram impedidas de praticar esportes de contato (lutas, futebol, o que eram chamados "esportes incompatíveis com sua natureza").
Dá para entender por que as mulheres conseguiram um crescimento tão exponencial, vindas de uma situação tão precária. "Eu cheguei bem na hora que melhorou", disse uma das primeiras medalhistas brasileiras, Ketleyn Quadros.
"Até pouco tempo a mulher não podia nem treinar, então eu cheguei bem na hora que melhorou desde o clube, justamente para dar essa oportunidade para o feminino, que era a única coisa que faltava. Era ter essa opção de escolha, de definir onde quer treinar, ser acessível, e por isso que melhorou muito. E eu acredito muito que esses jogos só mostram um pouquinho, uma palhinha do que tem por vir. Acredito que melhorou muito, e tem muito mais a crescer."
Esse sentimento é compartilhado pela nova geração. Medalhista de prata no futebol, Duda Sampaio vê que o movimento olímpico é paralelo ao dia a dia das brasileiras. "A gente fala do esporte, mas a mulher em si é muito batalhadora desde sempre. Então, acho que quando a gente pega essa grandeza de conquistar medalhas hoje, acho que se dá muito pela nossa força e o que a gente precisa é de mais apoio. Sei que muitas dessas atletas lá atrás foram na vontade, na raça mesmo, de continuar. A realidade é essa: a mulher brigando pelo que ela quer, onde ela quiser."