O Flamengo foi notificado judicialmente na semana passada por não ter, entre os jogadores inscritos para a Copinha, um camisa 24. A sequência numérica era interrompida, passando do 23 para o 25. O autor da denúncia foi a ONG Grupo Arco-Íris, que luta pelos direitos de pessoas LGBTQIA+. O Rubro-Negro, entretanto, foi isento de qualquer penalidade após se manifestar alegando que a presença de um jogador 24 não é obrigatória segundo o regulamento.
A denúncia, porém, levanta uma questão: qual o tamanho da rejeição ao número 24? No jogo do bicho, o 24 representa o veado, animal que se tornou socialmente associado a homossexuais. Ao reforçar a ligação, cria-se mais uma forma de disseminar o preconceito.
O UOL, então, checou as súmulas da primeira fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior. E descobriu que apenas 35% dos times inscreveram um jogador com a camisa 24 em uma de suas três primeiras partidas no torneio.
Em 2022, já não é novidade falar sobre igualdade e diversidade. O futebol não deveria ser um mundo à parte. Nos estádios, gritos homofóbicos e racistas já são punidos com afinco. Então, por que reproduzir a homofobia na maior das subjetividades, alegando ser escolha pessoal usar ou não o número, permanece aceitável?