Quando se fala em Brasil e Fórmula 1, a primeira associação é com nomes como Ayrton Senna, Nelson Piquet, Emerson Fittipaldi. Afinal, o país é a terceira nação com mais títulos e vitórias nos 70 anos do esporte. Mas a história brasileira na categoria máxima do automobilismo vai além de pilotos de sucesso.
Ainda que a presença mais conhecida da engenharia nacional nas pistas passe pela equipe Copersucar, que esteve no grid nos anos 1970 e no início dos 1980, poucos sabem que uma empresa 100% nacional foi uma das pioneiras no uso da telemetria no mundo da Fórmula 1. Enquanto Senna se preparava para o que seria sua primeira temporada na McLaren, nos testes de pré-temporada de 1988, que na época eram realizados no finado autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, quatro engenheiros paulistanos se encontravam com os chefes da equipe italiana Minardi.
Aquela conversa terminou com uma missão: encontrar uma maneira de medir a carga aerodinâmica do conjunto mola-amortecedor do carro. Os engenheiros e sócios da NGD, Octávio Guazzelli, Fernando Bueno de Paiva, André Dallari e Ricardo Nardini, aos 20 e poucos anos, estavam se aventurando em uma área que, na época, só era explorada pelas grandes equipes, como Ferrari, McLaren e Williams. Poucos anos depois, bateriam a poderosa Scuderia em um duelo de telemetria. Usando tecnologia brasileira.