Lapidar um diamante leva tempo e exige um cuidado acima do normal para não danificar a caríssima pedra. A preocupação é tamanha que as maiores costumam ser confiadas a lapidários experientes e o processo, muitas vezes, pode demorar até um ano. Formar um jogador de futebol leva mais tempo.
Não há um tempo pré-definido, vai depender de cada joia das categorias de base, mas há sempre um risco de o processo ser acelerado demais, sem que o atleta esteja pronto para brilhar no profissional. Para formar Rodrigo Nestor, na última fase, em sua chegada ao profissional, o São Paulo contou com três lapidários. Ele passou pelas mãos de Fernando Diniz, Hernán Crespo e Rogério Ceni.
O projeto tratado com carinho pelo clube atingiu a afirmação no terceiro ano de profissional. Escalado na função em que atua desde a base, Nestor, 21, começou a brilhar. Ele é o líder de assistências do time na temporada e o segundo com mais gols marcados. Até aqui, foram seis passes para gol e cinco bolas na rede em 27 partidas.
"Eu sabia que quando eu tivesse a minha oportunidade, ia aproveitar, porque eu batalhei muito por isso. Trabalhei demais, tive muita paciência, fui resiliente. Eu tinha certeza de que ia conseguir aproveitar a minha oportunidade no São Paulo", disse ao UOL Esporte.