A Superliga dos grandes clubes da Europa, que propôs a criação de um torneio de 20 clubes, 15 deles fixos e cinco convidados, durou dois dias. Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madri, Juventus, Inter de Milão, Milan, Arsenal, Chelsea, Manchester City, Manchester United, Liverpool e Tottenham fundaram a iniciativa em um domingo à noite. Na segunda-feira, começaram os protestos de imprensa, torcedores e jogadores. Na terça-feira, os seis ingleses pularam do barco -os italianos e o Atlético de Madri fizeram o mesmo no dia seguinte.
Tivesse dado certo, seria a maior revolução do século no futebol, comparável ao efeito que a Lei Bosman (que acabou com o passe, o vínculo entre jogador e clube que não dependia de contratos) teve nos anos 90. A iniciativa morreu, mas a ideia vai sobreviver. Por que? Porque os vilões não estão só de um lado.
O que levou a Superliga a ruir foi a pressão da opinião pública contra clubes retratados como "gananciosos que não se importam com o esporte" —afinal, o torneio propunha que 15 clubes teriam lugar cativo no torneio mais importante do planeta sem risco de rebaixamento e sem critérios para os clubes convidados. O problema é que o outro lado, aquele da Champions League e da Copa do Mundo, ou melhor, da Uefa e da Fifa, também tem culpa no cartório.