Expectativas altas demais
Desde que o Bragantino virou Red Bull, tudo no clube aconteceu em ritmo acelerado: acesso à elite com título da Série B, atuação incisiva no mercado da bola e um começo de 2020 muito elogiado durante o Estadual. Neste semestre, porém, alguma coisa saiu dos trilhos. Apesar da vitória sobre o Botafogo, ontem (16), o time luta contra o rebaixamento após 21 rodadas do Brasileirão e já está fora da Copa do Brasil.
É verdade que o clube sempre foi cauteloso ao tratar do debute na Série A, e o elenco em si evitou fazer coro à expectativa geral, mas, desde o ano passado, os sinais sugeriam um Red Bull Bragantino forte, tão protagonista em campo quanto havia sido na janela de transferências — na qual gastou cerca de 20 milhões de euros. Esta promessa, até agora, não se concretizou.
As dificuldades não se resumem ao campo. O modelo de gestão baseado no futebol europeu acabou contaminado com algumas "brasileirices". A maior delas, as mudanças de comando: quatro técnicos já passaram pela equipe nesta temporada, dois deles interinos. E três dirigentes saíram no meio da pandemia de covid-19 — um deles, Ralf Rangnick, era o elo entre o Bragantino e a empresa austríaca.
Em perigo, o time precisa corrigir vários erros neste segundo turno. A intenção é subir o aproveitamento como visitante e pontuar mais nos jogos diretos contra a degola. "[A permanência] é o nosso objetivo", admite o técnico Maurício Barbieri.