O primeiro jogo da história do Corinthians aconteceu onde hoje há um mercado municipal; o Palestra Itália nasceu em um terreno esburacado que agora abriga um casarão imponente; e o espaço do primeiro estádio do São Paulo segue preservado, em uma das margens do rio Tietê. O UOL Esporte voltou mais de 100 anos no tempo e esquadrinhou a capital paulista para localizar os lugares em que o futebol surgiu e se popularizou na cidade.
O grande palco do início do Paulista, por exemplo, foi construído para o ciclismo e só se dobrou ao futebol anos depois. Foram 13 finais no Velódromo Paulistano, onde Charles Miller se eternizou como craque em um esporte ainda muito ligado às elites paulistanas. O estádio, demolido há mais de século e esquecido, existiu onde hoje há um teatro e vários prédios residenciais.
Na mesma época, paralelamente ao deleite das elites, o futebol também arrebatou as demais classes sociais de São Paulo. Sem ter chácaras à disposição, os entusiastas encontraram áreas perfeitas para o esporte nas margens dos rios: terrenos planos e sem nenhuma construção, afinal eram várzeas sujeitas a alagamento em tempos de cheia. Nascem daí os times "de várzea".
Neste texto não estarão os colossos do Pacaembu e do Morumbi, que conhecemos desde os tempos de criança; muito menos as novas arenas. Estão campos mais antigos, em que a história do futebol paulista foi escrita por mais de quatro décadas: do finalzinho do Século XIX até a inauguração do Pacaembu, em 1940. Nenhum deles resistiu aos vários processos de renovação da cidade, mas todos têm contribuição no estabelecimento do futebol como esporte preferido da cidade.