Há pouco mais de um mês, a sirene do Parque São Jorge anunciava o retorno do meia Willian ao Corinthians após 13 temporadas na Europa e duas Copas no currículo. Ao desembarcar na sede-social do clube que o revelou, o jogador cumprimentou o presidente Duilio Monteiro Alves, apertou mãos de alguns outros membros da diretoria e, em seguida, ganhou um abraço apertado do pai, Severino da Silva.
O comovente momento entre família durou 20 segundos. Foi tempo mais do que suficiente para um filme passar na cabeça de ambos, com as lágrimas dando o tom do reencontro. O retorno de Willian representa a realização de um sonho. Afinal, a primeira passagem do jogador pelo clube do coração foi abreviada por uma proposta de US$ 19 milhões do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, em 2007.
"Quando ele chega, eu dou aquele abraço e ouço a sirene do Parque São Jorge tocando, foi a mesma emoção que a gente sentiu quando chegou um dia lá segurando uma chuteirinha para fazer uma avaliação. A imagem é diferente, mas a emoção foi a mesma", disse Severino da Silva em entrevista ao UOL Esporte.
Seu Severino foi peça-chave no desenvolvimento de Willian: abriu mão de trabalho, casa e, ao lado da ex-esposa Maria José, fez o que foi possível para ver o filho brilhando pelo mundo. Concretizado o objetivo, agora faz planos de não apenas ser o pai do camisa 10 do Corinthians, embora não esconda o orgulho por esse título.
Empresário de jovens jogadores, podcaster e, como ele próprio diz, 'figurinha carimbada' do Parque São Jorge. São várias as ocupações de seu Severino. O novo objetivo, no entanto, é um tanto quanto inusitado: entrevistar Barack Obama, ex-presidente dos EUA, e mostrar que o negro tem cada vez mais espaço no Brasil.