É provável que o torcedor palmeirense não acreditasse, em outubro de 2020, que o Palmeiras seria campeão da Copa Libertadores. Mas a derrota para o Coritiba no dia 14 daquele mês, em pleno Allianz Parque, foi o sinal para que a diretoria mudasse o comando técnico. O resultado foi uma arrancada até a taça, levantada ontem (30), no Maracanã, diante do Santos, com a vitória por 1 a 0 com gol de Breno Lopes.
Com a saída de Vanderlei Luxemburgo e a chegada de Abel Ferreira, o Alviverde viu os garotos que já tinham chances se tornarem donos de suas posições. Viu atletas que estavam prestes a serem negociados crescerem de produção. Viu os que eram xingados escreverem seu nome na história do clube para sempre.
Voltando para aquele outubro, o torcedor já dava como perdida a chance de finalmente alcançar o bicampeonato continental que já havia batido na trave há 21 anos. A equipe jogava mal e parecia ser necessária (outra) reformulação no elenco. Mas com o técnico português, a reviravolta fez chegar ao ápice um projeto que buscou de forma incessante o sucesso na América do Sul.
O ano chave desse novo projeto é 2015, quando o Verdão voltou a disputar títulos — a retomada financeira começou em 2013, no ano do título da Série B e mostrou que o caminho estava certo com a Copa do Brasil de 2015 (em cima do mesmo Santos). A Libertadores, porém, seguia complicada. O Palmeiras caiu na fase de grupos de 2016, nas oitavas de 2017 e chegou à semifinal em 2018 para, no ano seguinte, cair nas quartas novamente.
A correção de rota passou até pela montagem de elenco. O planejamento recente para a Libertadores sempre passou por contratações de impacto e pela busca por jogadores "cascudos". Desta vez, a aposta foi menos em reforços e mais em garotos. E o resultado foi que "a taça Libertadores obsessão", como cantam as arquibancadas, deixou de ser apenas uma música para virar motivo de festa.