O Choque-Rei não tem o charme do Fla-Flu, o romantismo de um Palmeiras x Corinthians ou a mística do Gre-Nal. Os confrontos entre Palmeiras e São Paulo não dão brechas a sentimentalismos. São jogos "secos", de rivais que não se bicam de modo algum, alimentados por ressentimentos, provocações e uma eterna necessidade de mostrar ao adversário quem é o maior.
Enquanto chamam os corintianos de rivais, os palmeirenses classificam os são-paulinos como inimigos. Em resposta, são-paulinos tentam dizer que desprezam o Palmeiras, afirmando que o Corinthians é com quem eles rivalizam. Do jogo das barricas às bananas de Aidar, passando pela Arrancada Heroica, os jogadores "roubados" de parte a parte e uma freguesia continental, os vizinhos de muro na capital paulista construíram uma tradição de rivalidade acirrada.
Tudo isso entra em campo a partir do sábado (31), em uma "trilogia" que marcará a história do duelo. No ano em que decidiram o Campeonato Paulista, Palmeiras e São Paulo, com seus técnicos estrangeiros e garotos da base, também vão lutar por uma vaga na semifinal da Copa Libertadores nos dias 10 e 17 de agosto, logo depois do encontro de amanhã pelo Brasileiro. E não se engane: por mais que o primeiro jogo seja pelo Nacional, a decisão da vaga no torneio sul-americano já começa neste sábado, às 19h, no Morumbi.