Quando ele chegava nos clubes, a gente já começava a imaginar que poderia ganhar. Porque ele é um cara extremamente vencedor".
Paulo Cesar Tinga, meia do Internacional, do Grêmio e da seleção brasileira, resume assim Paulo Paixão. Se você é torcedor do Grêmio ou do Inter, sabe quem ele é. Se é torcedor do Palmeiras, também. E para quem não é torcedor desses três times, ainda tem o Penta: Paixão era o preparador físico do time que foi campeão da Copa do Mundo de 2002.
Aos 71 anos, ele segue em campo, mandando todo mundo correr, do mesmo jeito que fazia em 2002 ou em seu primeiro dia no emprego, há quase 50 anos. Ele tinha caído de paraquedas no Bangu, clube do subúrbio carioca, sem nunca ter trabalhado com futebol antes.
"Fomos ao campo e, lá, os jogadores todos assim, sem falar nada. Eu já bati palma, gritando: 'Vambora! Correndo!' É o resumo de como virei preparador físico. Até hoje eles falam: 'Você tinha que ser o que é. Foi o último a ser chamado e você mesmo se intitulou preparador físico'. Quer dizer, fui o último, chamei o grupo para correr e não parei mais".
A adrenalina de treinos, viagens, jogos e a rotina sem roteiro do futebol criaram um estilo de vida do qual ele não abre mão. Há 15 anos em Porto Alegre, ele conseguiu algo que é raro: virou unanimidade em meio à rivalidade Gre-Nal. Foi braço direito de Felipão, homem de confiança de Dunga, parceiro histórico de Abel Braga e, agora, tem algo de mentor de Roger Machado —que foi seu atleta.
"Dá energia", admite.