Rir trucida meu abdômen, levantar destrói o posterior das minhas coxas e pentear o cabelo, bom, não o faço há alguns dias —daí a sorte de ter um corte joãozinho em fase de crescimento. Não estou à beira da morte, por sorte, mas em uma tarde de quarta-feira fiquei na dúvida se sobreviveria a mais poucos minutos depois de treinar com o time de futebol profissional do Juventus. Ainda não sei a resposta.
Nem cheguei perto de resistir aos 120 minutos debaixo de sol num fim de outubro de verão antecipado na Mooca, na zona leste de São Paulo, onde fica o clube. Depois de uma hora de sofrimento, dei um sorriso monalisístico ao Welington, treinador do time, que, tirando um belo de um sarro, pediu que eu voltasse ao treino assim que ressuscitasse. Welington, não foi dessa vez.
Enquanto tentava me recuperar das dores, do cansaço e da frustração por não ter aguentado nem metade do que elas fazem todos os dias, as jogadoras seguiam com a bola nos pés como se não houvesse calor, como se a borracha do gramado não transformasse a chuteira em um forno e como se o suor não ensopasse o uniforme. O que elas fazem, caro leitor, não é para mim. E eu ouso dizer que nem para você.