O peso da camisa

Como regra da CBF que obriga times grandes a manter equipes femininas impactou o Campeonato Brasileiro

Ana Flávia Oliveira e Talyta Vespa Do UOL, em São Paulo Agência Corinthians

Palmeiras e Corinthians protagonizam neste domingo (26), na Neo Química Arena, o segundo jogo da inédita final da Série A do Campeonato Brasileiro feminino. O Timão, campeão em 2018 e 2020, busca a terceira taça. O Palmeiras, um título inédito em sua segunda participação no torneio. O jogo começa às 21h.

O Alviverde montou o projeto atual em 2019, depois de sete anos de inatividade. E o fez para se adequar à regra da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que a partir daquele ano determinou que times que disputassem a Série A do Brasileiro masculino mantivessem também equipes femininas — adulto e de base. No chamado Licenciamento de Clubes, as equipes que não formarem times femininos não poderão participar do Brasileirão masculino.

A CBF se adequou à diretriz da Fifa para incentivar o futebol feminino. A obrigatoriedade para times grandes funcionou —tanto do ponto de vista da competitividade quanto da visibilidade.

Antes, o Brasileiro feminino nasceu em 2013 sem muito prestígio e sem a participação de times considerados grandes —a exceção foi o Vasco. Com a mudança na regra e a chegada dos "times de camisa", o interesse do público e de patrocinadores aumentou, tanto que, a exemplo do primeiro jogo da final, a decisão terá transmissão ao vivo de Band, SporTV, de canais da CBF, além do TikTok.

Mas existe um outro lado. Equipes pequenas, aquelas que deram origem a esse sonho em 2013, perderam espaço e competitividade. Hoje, ficam cada vez mais à margem da principal competição de futebol feminino do Brasil.

Agência Corinthians

Mudança é boa, mas prejudica times pequenos

Em 2013, o Campeonato Brasileiro contava com as 20 equipes mais bem colocadas no ranking da CBF. Havia representantes de 15 estados, incluindo alguns aqueles em que, no futebol masculino, não tem times na elite, como Amazonas, Piauí, Paraíba e Pará. O Centro Olímpico, time da prefeitura de São Paulo, foi campeão naquele ano.

Em oito anos, de 2013 a 2021, o número dos chamados "de camisa" passou de um para dez: Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Internacional, Grêmio, Flamengo, Cruzeiro, Botafogo, Bahia. O pioneiro Vasco hoje está na série A2.

Desde 2017, a CBF reduziu a primeira divisão (Série A1) para 16 participantes e criou a Série A2, com o mesmo número de times. Em 2021, foi anunciada a criação da Série A3, com 32 equipes.

O Licencialmento de Clubes, que começou a valer em 2019, alterou a dinâmica da competição e reduziu o espaço dos times pequenos na elite do futebol feminino. O São José-SP, por exemplo, é o único a participar de todas as edições da Série A1. Foi vice-campeão duas vezes. Tricampeão da Libertadores feminina, também é o único brasileiro a vencer o Campeonato Internacional Feminino de Clubes (2014). No entanto, nem mesmo o currículo de time grande é capaz de fazer frente às equipes de camisa. Em 2020, ficou em 11º no Brasileirão e, neste ano, terminou em 12º, uma posição acima dos times rebaixados.

[A regra da CBF] Foi um passo muito importante. Isso gera impacto em várias esferas, tais como a oportunidade de mais atletas surgirem, na sociedade, que passa a ficar mais ambientada com o futebol feminino; na torcida que passa a acompanhar a equipe feminina do mesmo modo que a masculina, agregando valor. [...] Porém, os clubes [grandes] andam com as próprias pernas e conseguem fazer muito mais coisas, até porque tem dinheiro vindo do time masculino."

Renata Ferreira, coordenadora do São José

O que precisava para desenvolver o futebol feminino? Dinheiro. E como você consegue dinheiro? Através da mídia. Então, é muito mais fácil vender uma final de Brasileiro Palmeiras e Corinthians do que entre Kindermann e Rio Preto. A força dos times de camisa impacta na mídia. O produto é vendido através da camiseta, do clube e da quantidade de pessoas que o assistem. O problema é que as equipes de camisa têm orçamentos absurdos em comparação às que não têm, tipo a nossa."

Rodolfo Machado, técnico do Kindermann

Agência Corinthians Agência Corinthians

Equipes que estruturarem feminino a longo prazo terão mais chances de título, diz CBF

Coordenadora de Competições Femininas da CBF, Aline Pellegrino diz que olhar a forma como os times estão desenvolvendo as categorias femininas é fundamental para entender o impacto de ações como Licenciamento de Clubes.

"É preciso ir além e olhar para o projeto e a forma que ele foi desenvolvido por cada equipe. Isso é determinante para entender a evolução em curso e, por exemplo, o porquê de cinco clubes estarem classificados para as quartas de final do Brasileirão Feminino pelo terceiro ano consecutivo", diz, falando de Corinthians, São Paulo, Internacional, Santos e Ferroviária.

"Quem entender as necessidades e os potenciais do futebol feminino e se propuser a estruturar a categoria feminina como uma construção de longo prazo, naturalmente, vai ter maiores chances de se consolidar entre as referências e de brigar pelo título", completa a ex-jogadora da seleção brasileira.

Aline ressalta ainda o Licenciamento de Clubes vai além da obrigatoriedade de manter equipes femininas. "É importante entendermos que o Licenciamento de Clubes CBF contém uma série de critérios, sejam eles desportivos, administrativos, de estrutura e etc., que visam o fortalecimento e desenvolvimento dos clubes de futebol. Colocar em prática tais critérios contribui para o fortalecimento e desenvolvimento do futebol brasileiro como um todo."

Para Ana Lorena Marche, coordenadora de Futebol Feminino da Federação Paulista de Futebol, o mecanismo do licenciamento, presente em 80% das ligas vinculadas à Fifa, ajuda aqueles clubes que mantêm equipes femininas mesmo sem a obrigação.

"Eu trabalhei na Ferroviária durante três anos. Eu vi que o mecanismo de licenciamento ajudou quem não faz por obrigação. O clube sabia que os outros iam entrar, então a partir de 2017, quando todos foram avisados da mudança, começou a profissionalizar o departamento de olho nesses grandes clubes, com grande poderio financeiro e de infraestrutura. Se não fizesse isso, não começasse a se profissionalizar, não ia bater de frente com eles", diz.

A Ferroviária conquistou o Brasileiro em 2014 e 2019 e, nesta edição, caiu na semifinal, diante do Corinthians.

Divulgação/São Paulo FC
Time sub-15 do São Paulo, em parceria com Centro Olímpico

Centro Olímpico parou quando times de camisa entraram

Campeão do primeiro Brasileirão feminino, em 2013, o Centro Olímpico (SP) encerrou as atividades do time profissional do clube. Hoje, atua apenas com jogadoras de base, sendo o único clube do Brasil a ter um time feminino sub-11. O motivo? A ascensão do futebol feminino que, junto à regra da CBF, dificultou entrar na disputa pelo título.

Quando venceu o primeiro Brasileiro, o COD contratou boa parte do elenco dispensado pelo Santos, que tinha acabado de encerrar o time feminino. "Nós tínhamos um bom patrocinador à época, e ele investiu nessas contratações", explica o supervisor técnico do Centro Olímpico, Rodrigo Coelho.

"O futebol feminino, na ocasião, era formado por times alternativos. As camisas do masculino não olhavam para as jogadoras mulheres. Isso mudou. O futebol feminino se tornou um artigo muito valioso, em que atletas e comissão técnica recebem salários maiores. Era inevitável que isso acontecesse quando as equipes do masculino tivessem, também, um time de mulheres".

Coelho afirma que a direção do COD previu uma mudança no cenário. Em 2017, quando começaram a surgir novos times femininos em clubes grandes, decidiu encerrar o time profissional.

"Como não há mercado da bola no futebol feminino, não existe lucro na transferência de jogadoras. Por isso, a maior parte dos times grandes sequer têm categorias de base para as meninas —contratam jogadoras quando já estão próximas à idade profissional. Se houvesse dinheiro envolvido nas transferências, como ocorre com o masculino, isso seria diferente. Tem time pequeno que descobre uma joia e, com a venda desse jogador, acumula dinheiro para bancar o clube por anos. Assim funciona o mercado, que está começando a existir, ainda de forma muito tímida, na Europa".

Braço da Secretaria de Esporte de São Paulo, o COD hoje fuma parcerias informais com grandes clubes do Estado. "Muitas atletas do São Paulo, por exemplo, foram formadas no Centro Olímpico", conclui Coelho, que também é coordenador de captação de atletas na base do Tricolor paulista.

Fernando Alves/AGIF
Jogadoras do São José, durante disputa contra o Grêmio pelo Brasileirão

São José: sala de troféus de gigante, orçamento de pequeno

Assim como o Centro Olímpico, o São José tem todos os gastos mantidos pela Prefeitura de São José dos Campos, no interior de São Paulo. O time, tricampeão da Libertadores e único brasileiro a conquistar o Campeonato Internacional Feminino de Clubes (2014), é bicampeão da extinta Copa do Brasil, mas terminou sua participação no Brasileiro deste ano na 12ª colocação.

A coordenadora do time, Renata Ferreira, diz que a ausência da equipe na briga por títulos nos últimos anos tem a ver com orçamento. "A prefeitura não deixou de nos apoiar, mas os clubes grandes que andam com as próprias pernas conseguem fazer muito mais coisas, até porque têm dinheiro vindo diretamente do time masculino", diz.

O São José tem um plantel de 25 atletas —sendo três goleiras e 22 jogadoras de linha. "Todas moram aqui no alojamento. Têm toda a parte de alimentação, a parte nutricional, a parte de ortopedia, de acompanhamento até estudo. Tudo da prefeitura. Elas recebem uma bolsa-auxílio, é um termo de compromisso", explica Renata.

A bolsa-auxílio varia de R$1.200 a R$ 4 mil. "É uma discrepância gigante entre os 16 clubes que participaram do campeonato, até mesmo com a nossa folha: na questão de atletas, nas contratações, mas não é por isso que a gente deixa de batalhar. Nós fazemos aqui um trabalho digno de camisa, no sentido de dar todo o suporte para as atletas e entrar na competição para brigar, mas cada ano fica mais difícil bater os times de camisa por causa do alto investimento."

"Eu vejo com bons olhos os times de camisa investindo no feminino, mas acho que não precisava dessa obrigatoriedade. Acho ótimo o Palmeiras ter um time feminino, precisava ter. É um time que bate de frente com o Corinthians. Não sei quem iria para a final caso o Palmeiras feminino não existisse, talvez a Ferroviária, que, no ano passado, tirou o título do Corinthians. Olha aí, mais um time paulista. O berço do futebol brasileiro é o futebol paulista."

VICTOR MONTEIRO /W9 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Kindermann: morte de patrono deixa fim próximo

Bicampeão brasileiro o catarinense Kindermann, exclusivamente feminino, está classificado para a Libertadores, que acontece entre 3 e 21 de novembro. O torneio, afirma o técnico Rodolfo Machado, pode ser o último do time. Desde a morte do fundador e então presidente Salézio Kindermann, em maio de 2021, a equipe não consegue mais se manter. O time tem parceria com o Avaí, que, segundo o TNT Sports, envolve um repasse mensal de R$ 50 mil.

Machado afirma, no entanto, que a parceira é inconsistente. "Avaí não paga, está devendo, não repassa o valor. Ajuda muito pouco perto do que é o custo total para manter", explica. "É por isso a grande probabilidade de a equipe fechar. Primeiro porque não tem mais o Salézio à frente, que era um apaixonado, buscava recursos e aportava quando não conseguia. Com a morte dele, a família não parece interessada em manter o time. Sem alguém no comando ou parcerias realmente sólidas, não tem como seguir", diz.

"Nosso anseio é continuar, é uma vontade que foge da nossa alçada. Precisaríamos do aval da família Kindermann para tocar o projeto, além de um aporte financeiro ou de empresas que consigam e tenham interesse em bancar o projeto. É o projeto de maior identidade da cidade de Caçador. É por isso que todos estamos conciliando nossas vidas e empregos com o time, por causa dessa história", continua.

Apesar da situação financeira do clube, o treinador diz considerar a regra da CBF "bastante positiva, uma vez que ajudou a desenvolver o futebol feminino". Segundo ele, a única coisa que faltava para esse desenvolvimento era dinheiro, dinheiro esse conquistado por meio da mídia.

Quem perde com a mudança, ele diz, são as equipes "sem camisa", como o Kindermann. "Times grandes têm orçamentos absurdos em comparação a outras equipes. Cerca de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões — que não é nem o equivalente a 10% dos orçamentos das equipes masculinas. Aqui, no Kindermann, a gente trabalha com um orçamento anual de no máximo R$ 2 milhões. Não tem como competir."

A tendência é que, no máximo em cinco anos, equipes sem camisa deixem o cenário. Acredito que apenas o Real Brasília, pelo investimento grande, e a Ferroviária, que tem time masculino, devem se manter."

Rodolfo Machado, técnico do Kindermann

Sabendo que a Libertadores é o último campeonato do Kindermann, a gente quer tentar fazer parte do último capítulo; tentar escrever um ótimo último capitulo."

Rodolfo Machado, sobre a participação da equipe na Libertadores deste ano

Rebeca Reis/AGIF Rebeca Reis/AGIF

Hegemonia paulista

O futebol paulista é hegemônico no cenário nacional. Os times de São Paulo chegaram a todas as finais da Série A do Campeonato Brasileiro feminino desde 2013. Com exceção de 2016, em que o Flamengo levantou a taça, todas as outras vezes um paulista foi o campeão.

Além de ter oito títulos em nove edições, times de São Paulo foram vice-campões seis vezes. Corinthians e Ferroviária são os que mais vezes levantaram a taça do Brasileiro. O timão, que tenta o tricampeonato, foi campeão em 2018 ao derrotar o Santos e, no ano passado, o Kindermann. A Ferroviária, de Araraquara, foi campeã em 2014, contra os catarinenses, e em 2019, contra o Corinthians. São José (2015), Centro Olímpico (2013) e Santos (2017) têm um título brasileiro cada.

Além disso, os times paulistas conquistaram os cinco títulos brasileiros da Libertadores Feminina (Audax, Corinthians, Ferroviária, Santos e São José).

A explicação para a hegêmonia é o campeonato estadual feminino mais longevo do país, com 23 edições, apoio do governo estadual e investimento em campeonatos de base. Além de um departamento feminino dentro da federação, implantado em 2016 por Aline Pellegrino, atualmente na CBF.

"A gente não quer ser sozinha, não quer ter essa hegemonia, não é isso. A gente quer que tenha cada vez mais clubes, cada vez mais meninas e cada vez mais categorias de base. Não adianta a gente ficar aqui sozinha. Não é desejo da federação ter essa hegemonia. A gente sabe o que foi feito para ter isso, mas a gente sabe que vai ter que ralar bastante para continuar porque as outras [federações] estão vindo e a gente está muito feliz por isso", diz Ana Lorena Marche, coordenadora do feminino da Federação Paulista de Futebol.

Rebeca Reis/AGIF

Como o Palmeiras chega à final

Em sua segunda participação no Brasileirão, o Palmeiras tenta o primeiro título nacional entre as mulheres. A equipe foi retomada em 2019 após sete anos em inatividade por uma parceria com a Prefeitura de Vinhedo, no interior paulista, que é responsável pela estrutura de treinamento.

Na primeira participação da equipe no Brasileiro A1, em 2020, o Verdão chegou às semifinais, mas acabou caindo diante do Corinthians. Agora espera dar o troco no rival, mas, para isso, terá de reverter o placar de 1 a 0 no primeiro jogo da final.

Para este ano, o Verdão renovou o elenco, com a chegada de 21 jogadoras, entre elas a meia Julia Bianchi, que representou o Brasil na Olimpíada de Tóquio, a meio-campista Katrine, que estava no grupo de Pia Sundhage nos amistosos após os Jogos Olímpicos, e a atacante Maria Alves, ex-Juventus. A equipe ainda conta com a experiência da argentina Augustina, uma espécie de "xerife" na zaga alviverde.

O time comandando pelo técnico Ricardo Belli tem o segundo melhor ataque do torneio, com 55 gols marcados. Invicto na primeira fase, a equipe ganhou 11 dos 15 jogos que disputou — um aproveitamento de 82%. As palestrinas terminaram em segundo, atrás justamente do Corinthians.

No mata-mata, o Palmeiras perdeu sua principal jogadora, Bia Zaneratto, que retornou ao futebol chinês, e conheceu sua primeira derrota na competição, diante do Grêmio, por 2 a 1. Mas conseguiu reverter o resultado no jogo de volta, ao aplicar 4 a 1. Nas semifinais, passou sem susto pelo Internacional, com duas vitórias.

Destaques

Divulgação/Site oficial do Palmeiras

Augustina

Capitã e xerife da zaga palmeirense, a argentina de 28 anos chegou ao clube, em 2020. Com cinco gols no Brasileiro, a zagueira é uma das artilheiras da equipe -- ao lado da atacante Carol Baiana. Ela foi eleita a melhor da posição no Brasileirão 2020. Presença constante na seleção argentina, ela esteve em campo nas duas derrotas para o Brasil nos amistosos realizados neste mês.

Divulgação/Site oficial do Palmeiras

Bruna Calderán

A gaúcha de 25 anos jogou por Chapecoense, Criciúma, Itajaí e Iranduba-AM, e Kindermann-SC, no qual ficou por três temporadas. Com passagens pela seleção tanto de base quanto principal, a lateral representou o Brasil na Copa do Mundo sub-20 em 2016. Fez parte do pacote palmeirense vindo do Kidermann no início do ano. Nesta temporada, jogou 21 vezes e marcou um gol.

Divulgação/Site oficial do Palmeiras

Katrine

A cearense de 22 anos começou jogando futebol na praia do Futuro, em Fortaleza. Com passagens por Corinthians, Ceará e Grêmio, a meio-campista chegou ao Palmeiras em 2021. Na atual temporada, participou de 26 jogos e marcou três gols -- um deles no Brasileirão. Foi convocada para seleção pela primeira vez neste mês e jogou 45 minutos contra a Argentina.

Agência Corinthians

Como chega o Corinthians

Essa será a quinta final consecutiva do Corinthians no Brasileirão. O time foi campeão em 2018 e 2020 e ficou com o vice em 2017 e 2019. Com a vitória na primeira partida, o time comandado por Arthur Elias tem duas vantagens neste domingo: além de jogar em casa, pode se consagrar campeão com um empate —no Brasileirão feminino, o gol fora de casa não é critério de desempate.

O Corinthians chega à final com a melhor campanha do Brasileiro. Com 38 pontos, foi líder na primeira fase da competição: acumulou 12 vitórias, dois empates e uma derrota em 15 jogos. Quando chegou à fase de mata-mata, derrotou fortes adversários: Kindermann, com duas vitórias nas quartas, e Ferroviária —campeã do Brasileirão sobre o próprio Timão em 2019.

Pia Sundhage, técnica da seleção brasileira, assistiu in loco a várias partidas do torneio. Ela convocou cinco atletas corintianas para os amistosos contra a Argentina, que aconteceram nos dias 17 e 20 de setembro e terminaram em vitórias brasileiras. Erika, Yasmim, Tamires, Vic e Andressinha vestiram a camisa da seleção na última semana.

Destaques

Divulgação/Site oficial do Corinthians

Tamires

Capitã corinthiana, Tamires chegou ao Parque São Jorge em julho de 2019 --a lateral-esquerda atuava no Fortuna Hjorring-DIN. Ao longo de dois anos, mostrou qualidade tanto na defesa como no ataque, variando entre lateral e ponta. No Brasileirão, a jogadora de 33 anos participou de 17 jogos pelo Corinthians, marcou três gols e deu quatro assistências. Também fez parte da seleção que disputou a Olimpíada de Tóquio.

Divulgação/Site oficial do Corinthians

Gabi Zanotti

Eleita a craque do Brasileirão 2020, a meia Gabi Zanotti fez boa campanha também em 2021. Um dos lances mais bonitos da temporada veio dela --um gol de bicicleta contra a Ferroviária fora de casa, na partida de ida da semifinal do Brasileirão da categoria. Pelo campeonato, participou de 18 jogos, acumulando quatro gols e duas assistências.

Divulgação/Site oficial do Corinthians

Erika

Também convocada para seleção, a zagueira Erika, de 33 anos, se destacou no Corinthians durante a temporada de 2021. Ela atuou em 13 partidas, com dois gols. Um dos pilares do elenco de Arthur Elias, a atleta venceu duas das três finais disputadas do Brasileirão Feminino, em 2018 e 2020. Em 2019, foi considerada a melhor zagueira do campeonato pelo Prêmio Brasileirão.

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