Um dos maiores trabalhos de Pia foi conduzir a transição entre a maior geração do futebol feminino do país e a nova leva de jogadoras que pediam passagem. Formiga se aposentou da seleção logo depois da Olimpíada. Marta enfrentou grave lesão, mas pode fazer sua última Copa do Mundo. Cristiane, porém, ficou fora dos planos.
Dos 53 jogos comandados por Pia ao longo de três anos e meio, Cris esteve em somente oito. "É difícil. Mas aprendi uma coisa porque vivi o mesmo nos Estados Unidos e na Suécia também. Quando você não traz - e isso vêm do não subestimar nada - jogadoras experientes, você tem jornalistas perguntando sobre isso ou aquilo. Se terá conversa com as jogadoras ou coisas assim".
"Eu sou uma pessoa de equipe, quero o melhor para o time. Se você olhar para o tempo que tivemos antes da Copa do Mundo e a transição de novas jogadoras, tomamos uma decisão ali. Não acho que todos gostaram, mas não importa. Fizemos uma decisão, ok, se vamos competir no maior nível, e eu estou falando daqueles dez países que vão tentar ganhar a Copa, precisamos ter coragem. E essa é uma palavra importante. Coragem para tomar as decisões e nos manter com elas."
"Bem no início com as jogadoras mais novas, e eu tenho um bom exemplo com a Ary. Demorou um pouco até ela realmente começar a brilhar. Agora ela está nos Estados Unidos, joga, tem muita energia, é boa jogadora. Tem que ser paciente, porque você abriu mão de muitos anos e a Formiga nem está aqui. Então, ao invés disso, você traz muito entusiasmo."
"Elas ficam um pouco nervosas, mas você tem que lidar com isso porque se a atleta mais jovem crescer, também vão contagiar o time. É um equilíbrio. Você não pode simplesmente se desfazer de todas as jogadoras, as experientes, mas acho que é importante ter uma mistura. Gostaria de ter um pouco mais de experiência, mas, por outro lado, olho para a Ary, Kerolin ou a Tainara e acho que elas vão ficar bem."