É aí que a história tem um plot-twist. Internamente, a McLaren não vivia seus melhores momentos. O time tinha contratado o bicampeão em 2005 e 2006 Fernando Alonso a peso de ouro, e o espanhol não estava contente com o tratamento que estava tendo como companheiro do novato Lewis Hamilton. Então aos 22 anos, o inglês tinha estreado sob enorme expectativa e vinha fazendo um campeonato excelente, com pódios em suas nove primeiras corridas.
O clima entre os dois pilotos era péssimo.
Naquele momento, Alonso não era o único desafeto de Ron Dennis, então chefe da McLaren. Max Mosley, então presidente da Federação Internacional de Automobilismo, também odiava o dirigente da equipe inglesa.
E então chega o GP da Hungria de 2007. As tensões dentro da McLaren são evidentes. Na última tentativa de volta rápida na classificação, Alonso segurou Hamilton nos boxes para que ele não tivesse tempo de abrir volta rápida. O espanhol argumentava que o inglês não tinha seguido regras internas do time durante a sessão. No pitwall, Dennis atirava seu fone de ouvido no ar.
Alonso não pararia por aí. Ele disse a Dennis que tinha evidências de que a equipe estava mentindo no caso de espionagem e que enviaria cópias de e-mails que comprovavam isso para a FIA. Era uma conversa dele com o piloto de testes da McLaren, Pedro de la Rosa, em que eles discutiam o uso de informações vindas da Ferrari.
Dito e feito. As evidências de Alonso chegaram a Mosley. O espanhol ganhou imunidade e manteve seus pontos. Mas o mesmo não aconteceu com a equipe, que perdeu o campeonato de construtores e ainda levou uma multa de US$ 100 milhões.