O sonho americano não faz parte dos planos de jogadores de futebol brasileiros. Qualquer promessa verde-amarela mantém na ponta da língua que o grande objetivo da carreira é chegar à Europa. Mesmo que Europa signifique jogar em um mercado alternativo, mesmo que em países de condições climáticas e geopolíticas hostis.
Enquanto isso, nossos vizinhos da América do Sul encontraram na Major League Soccer, a liga profissional de futebol dos EUA, uma alternativa para exportar jovens talentos. Por lá, esses garotos se desenvolvem em campos melhores e com uma qualidade de vida muito superior a encontrada em Ucrânia ou Belarus — alguns exemplos dos países que costumam receber brasileiros. Para quem nasceu por aqui, falta de competitividade e salários menores servem de justificativa para o olhar desconfiado. Mas será que essas ideias ainda valem?
Ao longo desta década, brasileiros no auge da carreira viraram a cara para as ofertas americanas. Foi assim com Paulo Henrique Ganso, procurado pelo Orlando City quando jogava no São Paulo, e com o lateral Zeca, que começava a explodir no Santos.
Enquanto os brasileiros falavam não, o campeonato de futebol mais importante dos EUA encontrou cada vez mais protagonistas sul-americanos. Argentinos, uruguaios, colombianos e até venezuelanos conseguem se transformar em ídolos e começam a usar o país como trampolim para voos mais altos na Europa. E isso tem sido usado como novo argumento para finalmente tentar atrair brasileiros mais relevantes para os próximos anos na MLS.