Em fevereiro, a seleção da Venezuela recorreu ao badalado mercado português de treinadores depois que Rafael Dudamel trocou o país pelo Atlético-MG - o "desertor" foi demitido do time brasileiro 50 dias depois, mas esse não é um assunto para já.
O português Jose Peseiro, 60, é, agora, o homem que personifica objetivos ousados da Venezuela: adotar um estilo de jogo mais ofensivo, estabelecer conceitos do futebol europeu, proporcionar momentos de contentamento a um povo tão sofrido e, pela primeira vez, classificar o país de mais de 30 milhões de habitantes para uma Copa do Mundo.
Nenhuma das missões promete ser fácil. Nas Eliminatórias do Mundial do Qatar, a Venezuela foi derrotada pela Colômbia (3 a 0) e pelo Paraguai (1 a 0) nos dois primeiros jogos com o novo treinador. O próximo desafio é hoje (13), às 21h30, no estádio do Morumbi, contra a seleção brasileira.
A porcentagem de sucesso diante de vocês [seleção brasileira] é muito pequenina, mas se existe uma porcentagem vamos agarrá-la para fazer um bom jogo e um bom resultado."
Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, Jose Peseiro conta detalhes desse desafio no sétimo país diferente onde trabalha — o segundo com uma seleção. Um destes países podia ter sido o Brasil, para onde ele viajou para assinar com o São Paulo em 2015, mas não deu certo. Hoje, atento à invasão de treinadores portugueses no futebol nacional, guarda memórias de Ricardo Sá Pinto e Abel Ferreira e uma certeza: "É bom para os portugueses virem para o Brasil, mas é importante que o Brasil dê tempo aos portugueses."