No último dia 17 de junho, uma investigação conduzida pela Polícia Civil de São Paulo resultou na prisão preventiva do técnico de enfermagem Clóvis Aparecido Vesco. Massagista do departamento de futebol do Santos, Vesco é acusado pelo Ministério Público de atrair dois menores de idade ao seu apartamento na Baixada entre 2016 e 2018 e estuprá-los, utilizando o sonho de acesso ao futebol profissional para seduzir os meninos e suas famílias.
Foi a mãe de um dos menores que deu, em dezembro de 2018, início às investigações. A família reside no interior de São Paulo, e havia permitido que o filho de 14 anos viajasse para Santos com Vesco. Conhecido dos pais, o massagista, segundo o inquérito, prometeu ao garoto apresentá-lo aos jogadores do elenco profissional do clube alvinegro.
Na volta, após apresentar comportamento estranho, o menor relatou ter sido dopado e estuprado. Passando-se pelo filho, a mãe utilizou o celular do rapaz para produzir provas contra Vesco. A investigação levou a Polícia ao apartamento do técnico de enfermagem. Ali, constatou que ele vivia desde 2016 com um segundo garoto, também menor de idade e com quem não tem qualquer relação de parentesco. Foram apreendidas conversas de celular entre o acusado e o segundo jovem, drogas soníferas e uma pomada anestésica de uso local. Dois processos foram instaurados, e, em um deles, a prisão preventiva foi decretada.
A defesa de Clóvis Vesco nas ações nega as acusações e afirma a inocência do massagista. O acusado já teve dois defensores no caso: na semana passada, o advogado Eduardo Leite Filho, deixou a ação, e foi substituído por Antônio Ferreira de Souza Júnior. À reportagem, o representante atual afirma que não pode comentar detalhes dos processos, que transcorrem sob sigilo, mas sustenta que provará a inocência de seu cliente. A linha de defesa do seu antecessor já vinha negando a existência de qualquer crime de natureza sexual.