As jogadoras da seleção feminina de handebol ainda conversavam na quadra após a vitória sobre Cuba quando o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) se juntou a elas. Deu-lhes parabéns e ganhou mais do que sorrisos e comprimentos formais. Tamires Morena, pivô da equipe e pelo menos 15 centímetros mais alta, abraçou Paulo Wanderley e o tirou do chão. Quis jogá-lo para o alto, como fazem com técnicos campeões, mas desistiu a tempo da ideia.
Os Jogos Pan-Americanos que começam oficialmente hoje marcam o início de uma nova fase no esporte olímpico brasileiro. Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB nos últimos seis Pans e seis Olimpíadas, agora vive recluso no Rio de Janeiro enquanto aguarda sentença em um processo no qual é acusado de corrupção.
Ainda que Paulo Wanderley pareça ser menos centralizador, o presidente do COB tornou-se ainda mais poderoso do que seu antecessor: ao menos um terço das confederações tiveram seus repasses de recursos federais suspensos este ano. E as que têm patrocinador são raras exceções. Nunca o esporte brasileiro de alto-rendimento dependeu tanto do comitê olímpico.