Tudo parecia bem encaminhado para quem via Gianluca Petecof com o uniforme da Ferrari ganhando uma corrida atrás da outra na Fórmula 3 Regional, batendo seu companheiro na equipe Prema e também membro da academia de pilotos do time italiano, Arthur Leclerc, irmão da estrela ferrarista Charles Leclerc. O brasileito entrou no programa ainda com 15 anos, vindo do kart, e seus bons resultados atraíram o patrocínio da Shell. Em uma carreira ascendente, o brasileiro foi vice-campeão na F4 em 2019.
Até que a pandemia por covid-19 varreu seu principal patrocinador ainda na primeira metade do campeonato. Mesmo liderando, ele não tinha como terminar a temporada pela melhor equipe do grid. Com a profissionalização das equipes das categorias de base nos últimos anos, os custos se elevaram significativamente, e aquela história antiga de piloto "se pagar" com resultados virou apenas uma ilusão: quem não levar patrocínio, está fora.
Duas empresas — Matrix Energia e Americanet — passaram a apoiar o piloto, que viu um esforço da própria Prema e da Ferrari em mantê-lo. Mas uma coisa estava clara: se Petecof não ganhasse o campeonato, suas chances de seguir na rota da Fórmula 1 praticamente se esgotariam.
O título veio no começo de dezembro. A premiação de 250 mil euros ajuda, mas não garante a continuidade de sua carreira. A Prema escolheu Leclerc para sua equipe de F3 — o passo seguinte rumo à F1 — numa vaga que custa cerca de 900 mil euros, e Petecof se desligou do time. Agora, o piloto de 18 anos aposta em fechar com uma equipe menor para tentar surpreender em 2021, e conta com uma mobilização dos fãs nas mídias sociais para conseguir patrocínio.