Convocado pela primeira vez para a seleção brasileira há 14 anos, o lateral-direito Daniel Alves segue unânime na posição mesmo que hoje em dia atue como meio-campista no São Paulo. Com só três jogos disputados desde que se recuperou de uma fratura no braço direito, não foi convocado por Tite para as duas primeiras rodadas das Eliminatórias da Copa do Qatar, sexta-feira (9) e terça (13).
A ausência do veterano de 37 anos abriu espaço para a convocação do jovem palmeirense Gabriel Menino, de 20. Essa particularidade da lista para enfrentar Bolívia e Peru chamou atenção, porque o garoto joga profissionalmente há menos de um ano. E na maioria das vezes de volante.
Tite explicou a ideia: ele gosta de ter na posição um jogador com capacidade de construir jogadas ofensivas, de articular saindo do lado para explorar o centro do campo com passe, técnica e consciência tática. É assim que a seleção funcionou melhor sob seu comando, com um "lateral meio-campista", em suas palavras. Não que não haja opção: na Copa do Mundo da Rússia, Fagner não comprometeu mesmo com características de jogo diferentes. É questão de treino e adaptação.
Mas a meta é essa estrutura de jogo originada com Daniel Alves, que representa uma mudança nas funções do lateral tradicional. Em quatro anos de Tite, oito já foram testados e nenhum realmente se firmou. Por isso o debate está de pé: qual é o futuro da posição quando o são-paulino se aposentar? Quem são os jovens com potencial para renovar o setor? Por que a aposta em um volante e não em um lateral de origem? Uma coisa é fato: a convocação de Gabriel Menino mostra que não existe consenso na sucessão desta atual geração.