Desconhecido no Corinthians, Weverton tinha como alternativa vagar de empréstimo em empréstimo em busca de espaço para jogar. Mas se não fosse o desempenho no Campeonato Paulista de 2010, quando foi campeão do interior pelo Botafogo-SP, aos 22 anos, ele não teria sido contratado pela Portuguesa para a Série B daquele mesmo ano. Foi a experiência que lhe serviu de impulso para a carreira deslanchar.
Doze anos depois, o melhor goleiro do continente nos últimos dois anos deve estar em campo domingo (23), para começar mais um Paulistão, enfrentando o Novorizontino. No dia seguinte, ele estará em Quito, com a seleção brasileira, para dois jogos pelas Eliminatórias e desfalcará um Palmeiras que também se prepara para coisas muito mais importantes na temporada: Mundial de Clubes, a tentativa de manutenção do título da Libertadores, além da disputa por Copa do Brasil e Brasileirão. E o estadual nisso tudo? Cabe?
A trajetória e o momento atual de Weverton ajudam a explicar o paradoxo no âmago da existência dos estaduais no futebol brasileiro em 2022.
Brasil afora, a competição conjuga cada vez menos interesse de quem está no topo, mas representa o fio de vida que sustenta times pequenos e a cadeia produtiva de jogadores. Ao mesmo tempo que faz parte do pilar político da CBF, tem cada vez menos representatividade financeira na vida dos clubes. Pandemia à parte, a presença de público nos estádios é relativamente baixa. Comercialmente, há um êxodo da Globo que abre brecha para novos players.
O que fazer diante disso tudo? Quem hoje faz parte da estrutura de poder do futebol brasileiro não pensa em extinguir os estaduais. A questão que fica, então, é qual formato adotar.