Você já tentou fazer coleção de alguma coisa? Já avisando que vale tudo: moedas, camisas de times, selos, figurinhas, miniaturas, brinquedos, livros, bottons, garrafas, chaveiros, gibis e até cartões de futebol lançados no fim dos anos 70. E aí?
Não existem estatísticas oficiais no Brasil sobre o colecionismo, como é chamada essa prática de conseguir, guardar e organizar objetos a partir dos seus interesses pessoais. Mas tem uma coisa que é fato: o ato de colecionar é da natureza humana e visto por pesquisadores, como o psicanalista Caetano Fenner Oliveira, como a "última autorização social para um adulto poder brincar."
Essa brincadeira de gente grande é coisa séria, movimenta dinheiro e paixões mesmo com o passar do tempo. É assim que acontece com os "Futebol Cards", lançados no Brasil depois da Copa do Mundo de 1978 e que circularam em novas edições até 1980. Mesmo 40 anos depois, o UOL Esporte mostra que há brasileiros que tratam a coleção como divertimento, tesouro, herança.
Na época, a embalagem onde vinham os chicletes Ping Pong era acompanhada por três cartões promocionais. Na parte da frente de cada um destes cartões, nome, foto e o time de um grande jogador brasileiro. Atrás, informações e curiosidades sobre tal craque, um modelo inspirado no marketing dos esportes americanos. Foram 486 cards destes, que a criançada comprava, trocava, disputava e guardava. Mais 104 da série "Grandes Jogos", que não fez o mesmo sucesso.
Esse culto ainda está vivo, e aqui você conhecerá histórias nostálgicas —com cheirinho de mofo— sobre os colecionadores, suas coleções e até o fetiche pelos cards impressos com erros. Tem quem pague até R$ 150 em um único cartão se ele for raro, sabia? A brincadeira da infância virou hobby na vida adulta.