A posição de goleiro é repleta de peculiaridades dentro do futebol. Geralmente, as equipes apostam na experiência dos atletas que vão defender suas metas e buscam nomes consagrados para vestirem a tão importante camisa 1. No Santos de 2010, a história foi diferente. O Peixe optou por um dos meninos da Vila para defender o gol santista: o então jovem de 20 anos, Rafael Cabral.
O jogador não sabia, mas começava ali um trabalho que transformaria essa geração de garotos em uma das mais vitoriosas do clube. Rafael ganhou exposição até internacional com o título da Libertadores em 2011, mas não chamava atenção só por fazer companhia às coqueluches Neymar e Ganso. Seguro, com personalidade, também virou atleta de seleção brasileira e se inseriu na pauta do mercado da bola e se transferiu para o Napoli em 2012.
A Itália há tempos já era território próspero para os arqueiros brasileiros. Acontece, em Nápoles, Rafael se viu numa situação ingrata. Depois de mostrar serviço nas primeiras temporadas, ficou depois três anos sem jogar direito, em meio a uma série de lesões e à concorrência com Pepe Reina, veterano consagrado na elite europeia. Após longa espera, se transferiu para a Sampdoria até mudar de país e defender o Reading na Segunda Divisão inglesa. Para o futebol brasileiro, a promessa ficou esquecida.
Agora, mais de uma década depois de seu lançamento na Vila Belmiro, Rafael Cabral ressurge, aos 32 anos, junto com o Cruzeiro, líder disparado da Série B. Se a missão de suceder o ídolo Fábio já seria difícil para qualquer jogador, adicione aí a responsabilidade também de, enfim, ajudar a defender a Raposa à elite nacional.
Pois, jogo após jogo, o camisa 32 celeste foi se firmando, quebrando marcas de nomes como Dida e o próprio Fábio. Hoje, já pode ser considerado um pilar da reconstrução celeste. Eles parecem prontos para reassumir o protagonismo do passado.