Recém-coroada protagonista da ginástica artística mundial pela própria Simone Biles, Rebeca Andrade não precisaria, mas vai disputar os Jogos Pan-Americanos de Santiago a partir deste sábado. Consagrada após um Mundial tão vitorioso quanto desgastante, a segunda ginasta mais completa do mundo pediu para ir ao Chile.
Rebeca não quer, daqui a um ano, quando revisitar sua carreira para decidir se se aposenta da ginástica, desconhecer a sensação de disputar um Pan. Ela não competiu no torneio de 2015, em Toronto, no ano de sua estreia na categoria adulta, nem no de 2019, em Lima.
Nas duas ocasiões, foi impedida por lesões no ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho direito, que exigiram cirurgias. Suas lembranças pan-americanas envolvem apenas televisão, fisioterapia e dor.
Sem as lesões, teria sido ela, e não a canadense Ellie Black, a conquistar 10 medalhas nesses torneios? E em Mundiais? Se ela tivesse tido a oportunidade de competir em 2015, 2017 e 2019, sua coleção de medalhas, que hoje soma nove conquistas, teria que tamanho?
São respostas que ninguém tem porque não há como excluir as cirurgias da carreira de Rebeca -além das duas que a tiraram dos Pans, existiu outra. Mas é certo dizer que sem as lesões, as dores, os treinamentos e os aprendizados que seguiram, são parte da trajetória da ginasta que hoje é a grande estrela do esporte brasileiro.
E, em algum nível, são essenciais para explicar o sucesso atual.