Renato estava sentado no sofá quando desligou o telefone e virou para a mulher Maristela. Na sala do apartamento na Prudente de Morais, em Ipanema, ela testemunhou sua promessa: a volta ao futebol seria diferente. E foi. Três anos depois, o treinador deixou de lado grande parte do jeito fanfarrão. Apostou em um estilo mais comedido e se forjou especialista em mata-mata.
"Eu pensei que deveria mudar um pouquinho para ninguém achar que eu estava de palhaçada. Gosto de fazer brincadeiras, mas qualquer coisa vira página inteira no jornal. Tem que medir mais as palavras. É preciso ser mais sério aqui no Brasil", disse ao UOL Esporte.
Uma boa dose de descontração ainda está presente no técnico que tem um quê de resistência dentro do politicamente correto e lugar comum do cotidiano boleiro de hoje. Essa pitada de um futebol dos anos 1990 é responsável por ideias como a de que nenhum jogador é irrecuperável.
"Para falar a verdade, não cheguei a trabalhar com um jogador que eu não tenha conseguido recuperar. Joguei com os melhores do Brasil, trabalhei com uma porrada de treinadores, aprendi muito. Recuperar um jogador para mim é como tomar chope", garante.
Agora chegou a vez de este, digamos, novo Renato e de todos seus jogadores regenerados enfrentarem um novo grande teste. Dos maiores deste ciclo vitorioso do Grêmio, quando, a partir desta quarta (2), o time inicia duelo com o Flamengo pela semifinal da Libertadores.