"Culpado: Quem provocou, por ação ou omissão, algo desastroso."
Essa é uma das definições da palavra "culpado" encontrada em dicionários. No futebol, não são raras as vezes em que um atleta falha e é apontado como culpado pela "desastrosa" derrota. No entanto, em um esporte tão coletivo - e cada vez mais - quanto o futebol, deveria existir tal conceito?
Primeiro de julho de 2006. Brasil e França mediam forças nas quartas de final da Copa do Mundo. Falta pela esquerda do ataque francês, Zidane colocou no segundo pau e Henry, sozinho, marcou o gol da eliminação brasileira.
Rapidamente a questão veio à tona: por que Henry estava livre? De quem foi a culpa? Jogador mais próximo do lance, Roberto Carlos, que arrumava o meião durante a batida, foi o escolhido. Até hoje o ex-lateral carrega o peso, mas discorda e questiona quem procura culpados no esporte.
"Nós temos o costume de sempre colocar a culpa em alguém. O brasileiro tem esse costume, mas no futebol não existem culpados. Eu sempre discuti muito com a imprensa, defendi o meu grupo e isso causou certa antipatia", disparou Roberto Carlos em entrevista ao UOL Esporte após ser uma das estrelas do lançamento do novo celular Nokia XR20, que precisou resistir a um chute do ex-jogador.
Na recente final da Copa América, foi a vez de Renan Lodi ser apontado como culpado pelo gol da Argentina que deu o título aos "hermanos". Com experiência tanto como lateral quanto como "culpado", Roberto Carlos vê a história se repetir, conta o que passou e sai em defesa do atual herdeiro.