Após três meses de investigação, depoimentos e articulação nos bastidores, a Comissão de Ética do Futebol Brasileiro definiu que Rogério Caboclo ficará, ao todo, afastado da presidência da CBF por 15 meses. A pena foi um desfecho mais brando do que o esperado. Especialmente pelos opositores. O aguardado veredito teve uma mudança repentina na última hora e, ao fim das contas, trouxe um rebuliço na CBF que envolveu diretoria, vices e presidentes de federações.
O caldeirão político ferve, mas, ao fim do dia, o otimismo era comum em ambos os lados, apesar da incerteza sobre o desenho da história nos próximos dias. No caso de Caboclo, há uma ponta de satisfação, apesar da sanção, por ter conseguido via Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem (CBMA) o cancelamento da assembleia geral das federações antes marcada para hoje (25).
No encontro ainda sem data, a sanção da Comissão de Ética precisa ser deliberada. O placar dos votos é uma incógnita. Pelo estatuto, Caboclo precisa de sete das 27 federações a seu favor para voltar à cadeira de imediato. Do outro lado, a gestão atual da CBF tenta assegurar o contingente de 21 presidentes.
Afastado desde 6 de junho, Caboclo foi denunciado por assédio sexual e moral contra uma funcionária da CBF. Áudios revelam que ele perguntou a ela: "Você se masturba?". Em outro episódio, a funcionária relata que Rogério a ofereceu biscoito de cachorro. Ele nega que tenha cometido crime. Ao fim das contas, o enquadramento na Comissão de Ética foi por "conduta inapropriada".