Lado a lado, Andrés Sanchez e Luís Paulo Rosenberg andam apressados pelo saguão do Hotel Novo Mundo, no bairro do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro. É cedo. O relógio marca 7h58 e a dupla já está com a adrenalina a mil. É compreensível: em menos de uma hora, Corinthians e Ronaldo dariam as mãos para sempre.
O encontro daquela manhã de 9 de dezembro de 2008 encerrou uma série de reuniões e telefonemas entre Rosenberg, então diretor de marketing do Corinthians, e Fabiano Farah, empresário de Ronaldo. Ali, no ato final, nem mesmo uma pequena divergência em relação a valores impediu o casamento. Bastaram cinco minutos, dois cigarros, algumas tragadas e uma conversa definitiva entre Andrés e Ronaldo, a sós, para que a história fosse feita.
Com Ronaldo, o clube alvinegro assumiu a vanguarda na busca por novas receitas de marketing. E o atacante, mesmo com uma severa desconfiança acerca de sua condição física devido a uma lesão no joelho ocorrida meses antes, conseguiu dar resultados imediatos dentro de campo. Só em 2009, foram duas taças com o Fenômeno como protagonista - dez anos depois, o time alvinegro soma 11 conquistas.
O UOL Esporte ouviu mais de dez pessoas ligadas diretamente à contratação e conta agora, passo a passo, como Corinthians e Ronaldo se aproximaram em 2008 e tiveram uma sintonia afinada a partir de 2009. A reportagem ainda traz detalhes do contrato, do dia da apresentação, do desafio do clube em colocá-lo em campo e ainda da mágoa do Flamengo, casa do jogador por alguns meses, antes do acerto com o time paulista.