A fama de azarado que persegue Rubens Barrichello pode ser resumida por uma história no início de sua carreira, nos anos 80. "Meu pai não tinha como comprar um carro novo para disputar a Fórmula Ford. O meu Ford tinha sido porrado duas vezes. Mas a Ford quis, no final do ano de 1988, pegar esse carro para uma exposição na última prova do campeonato. No caminho, o carro caiu do caminhão, quebrou todo e eles me deram um zero, que fez com que eu ganhasse minha primeira corrida de Fórmula Ford", conta.
Quando algumas pessoas falam 'esse cara é um azarado' é porque eles não conhecem a minha história".
Faz sentido. Olhe a carreira dele na Fórmula 1. Entre piadas cruéis de quem não conhecia o esporte de perto, Rubinho foi um dos grandes nomes da história da categoria. Ele é, por exemplo, o piloto com o maior número de provas disputadas na carreira. É, também, o brasileiro que mais vezes subiu no pódio depois de Ayrton Senna e o primeiro do Brasil a correr, como piloto oficial, pela Ferrari. Como pode um cara assim ser associado a azar?
Filho de um vendedor de material de construção que chegou ao topo de um dos esportes mais elitistas do mundo, contou com a sorte até para superar um AVC, após a aposentadoria da F-1. "A gente volta naquela questão da sorte: 'O Rubinho não tinha sorte na Fórmula 1'. Tenho bastante sorte. Eu faço parte de 14% das pessoas que tiveram um AVC e não tiveram nada. 30% morrem".
Em entrevista exclusiva ao UOL, Rubens Barrichello aborda temas delicados, como Michael Schumacher e família, e até brinca sobre emprego de comentarista na TV Globo. E prova que, apesar da fama, poucos são tão sortudos quanto ele.