"Reuni os jogadores embaixo de uma mangueira que temos lá no centro de treinamento do Santos e falei: 'Quero falar uma coisa para vocês aqui, hoje, no nosso primeiro dia de trabalho. Esse time pode marcar a história do Santos Futebol Clube'."
Bastaram alguns minutos de Neymar, Ganso, Robinho e cia. para o técnico Dorival Júnior se sentir confiante e arriscar essa ousada previsão, como revela ao UOL Esporte.
O potencial para encantar o Brasil já estava ali, formado pelo Santos, quando Dorival chegou ao CT Rei Pelé no início da temporada 2010. Potencial que foi realizado com a contribuição de figuras experientes como Durval, Giovanni e, especialmente, Robinho. A mescla de talento e química, juventude e liderança impressionou o chefe logo de cara.
Não demorou para a intuição do treinador se tornar concreta. Aquele Santos se transformou numa equipe que venceu, encantou e divertiu. Foram goleadas no gramado acompanhadas de ostentação de carisma fora dele para se tornarem o time da moda no país. Até Jô Soares se rendeu.
Dez anos depois, Dorival Júnior relembra aquelas histórias com orgulho. Os títulos do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil contam no seu currículo com destaque, mas as sensações causadas por esse time talvez sejam mais relevantes.
Como futebol e comportamento tomados por irreverência, foi um Santos que pôs em evidência o talento de Ganso, recuperou a alegria de Robinho e, claro, projetou Neymar, ainda muito jovem, já como o maior jogador do país.
A grande verdade é que aquela equipe fez o Brasil inteiro aprender, aqueles que não sabiam, a dançar. Era prazeroso você ver uma equipe como o Santos jogando. Eu sinto muito orgulho, muita satisfação de poder ter participado desse momento."