Começa competição, termina campeonato e a tradição se mantém. Existe a certeza de que em alguns anos uma nova pedra preciosa vai surgir no gramado de Vila Belmiro. Tem sido assim através da história do futebol brasileiro: os meninos chegam e se consagram com a camisa santista. Quase sempre atacantes, quase sempre goleadores, normalmente foras de série. O menino da vez é Kaio Jorge, que hoje é esperança de gol contra o Boca Juniors, pelas semifinais da Copa Libertadores, no estádio de La Bombonera.
Ele é artilheiro da equipe no torneio com cinco gols e vem mantendo a escrita de diamantes surgidos na Vila. A lista é extensa, tem de Pelé ao jovem Rodrygo, que está no Real Madrid. Tem Neymar, tem Robinho, tem Juary, tem Pita, tem Gabigol.
Todos vestiram o uniforme branco quando eram ainda meninos sonhadores. Chegaram como crianças talentosas e se transformaram em craques de seleção brasileira. As histórias de todos têm muitos pontos em comum, mas nenhuma delas se compara a de Antônio Wilson Honório, o Toco de dona Antônia, o pequeno Cotoco, que era chamado de Cotinho, durante a infância em Piracicaba.
O garoto, que entrou para a história como Coutinho, estreou com a camisa branca com apenas 14 anos, 11 meses e seis dias — até hoje o mais jovem a jogar no profissional do clube. A partida foi contra o E.C. Sírio Libanês, no dia 17 de maio de 1958, em Goiânia. O jovem atacante entrou no segundo tempo, no lugar de Jair da Rosa Pinto, e fez o seu primeiro gol pela equipe profissional. Coutinho fez uma das maiores duplas de ataque da história com Pelé e é o terceiro maior artilheiro da história do Santos, atrás apenas do Rei e de Pepe, com quem também dividiu os gramados.